O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, disse que a parceria entre seu partido, o União Brasil, com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não está garantida para as eleições de 2026. Segundo ele, o chefe do Executivo está ciente das divisões internas na legenda e que um eventual apoio à reeleição do petista precisa ser debatido.
“Claro que defendo a reeleição [de Lula]”, afirmou o ministro em entrevista ao jornal O Globo publicada neste domingo (18.fev.2024). “[Mas] Eu não falo pelo União Brasil”, continuou. “O União é um partido muito maior e que sempre foi muito claro que tem vários deputados eleitos mais próximos da direita, que não acompanham o governo. A posição do União sobre a reeleição vai ser discutida no momento adequado, se vai ter candidatura própria, se não vai, para onde vai”, completou.
Questionado se apoiaria uma candidatura presidencial do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), Juscelino respondeu que o político “é um grande quadro” da legenda, “um dos grandes líderes do nosso país” e seu amigo pessoal.
“É um homem público que tem estatura, tamanho, envergadura e capacidade de gestão para disputar o cargo que ele quiser disputar. Agora, a posição do União Brasil vai ser avaliada no momento certo se ele se colocar para o partido. Acredito que isso vai ser mais à frente, não é hoje”, disse.
CONGRESSO
Juscelino comentou a “queda de braço” entre o governo e o Congresso pelo controle do Orçamento, em especial das emendas de relator. O ministro afirmou estar “do lado do povo”, que “deve” ser beneficiado com recurso público.
“Cabe aos parlamentares indicar esses recursos aos Estados e aos municípios para chegarem a algumas políticas públicas na ponta. Acredito que todo parlamentar, em seu Estado, conhece sua base e compreende as necessidades para poder fazer essas indicações. Defendo, como sempre defendi, a execução desse orçamento indicado pelo Parlamento”, declarou.
Questionado sobre os embates do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com o governo, o ministro respondeu: “Não vou comentar a posição de cada um. É a maneira dele de se posicionar. Eu acho que temos que trabalhar para poder evitar qualquer tipo de tensionamento”.