O Ibovespa, principal índice da B3 (Bolsa de Valores de São Paulo), fechou nesta 5ª feira (12.dez.2024) aos
As incertezas na parte fiscal se sobrepuseram ao choque de juros anunciado pelo Copom (Comitê de Política Monetária). Na 4ª feira (11.dez), o colegiado decidiu subir por unanimidade a Selic em 1 ponto percentual. Com isso, a taxa encerrou 2024 em 12,25%. O BC (Banco Central) também sinalizou “ajustes de mesma magnitude nas próximas duas reuniões”, caso haja a confirmação de “cenário mais adverso para a convergência da inflação”. A tendência é de que a taxa básica de juros vá a 14,25% em março de 2025.
As Bolsas dos EUA também recuaram com o aumento de 17.000 no número de pedidos de auxílio-desemprego no país, na semana encerrada em 7 de dezembro. Foram 242 mil, acima do esperado por analistas (220 mil).
Eis o desempenho das principais bolsas no mundo:
DÓLAR COMERCIAL
Na 4ª feira (11.dez), atingiu R$ 5,99 depois do anúncio de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 79 anos, passaria por um novo procedimento na cabeça.
PACOTE FISCAL
Ao Poder360, a ministra Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) disse nesta 5ª feira (12.dez) que a decisão do BC de elevar a Selic em 1 p.p se deve parcialmente ao pacote de gastos ainda não ter avançado no Congresso. Também afirmou que a aprovação do texto em 2024 tem o potencial de mudar a indicação do Copom de que deve promover duas novas altas da mesma magnitude.
“Nós temos margem para trabalhar, antes do próximo Copom, com a aprovação do ajuste ainda esse ano, das 3 medidas. Fazendo o dever de casa, a gente pode ter uma expectativa positiva de que aquilo que foi anunciado como projeção para o próximo Copom não venha acontecer no futuro”, declarou.
A ministra disse divergir de parte da equipe econômica quanto à possível causa da alta da taxa básica de juros. Declarou que o Brasil vai bem, com emprego e PIB (Produto Interno Bruto) crescendo, mas que a razão para impulsionar o câmbio e a taxa de juros não é “só o fator externo”. Sobre a sinalização do Copom, afirmou que olhará o “day after”.
O pacote do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) busca cortar gastos. Ao detalhar as medidas em 28 de novembro, o impacto estimado pela equipe econômica foi de R$ 71,9 bilhões para 2025 e 2026. A projeção para os próximos 6 anos é de R$ 327 bilhões.
Tebet disse que o Congresso Nacional é “fiscalista” e tem uma visão “mais liberal” na economia. Ela afirmou que a bancada do MDB na Câmara fechou questão a favor do pacote fiscal.
“Fiz o meu dever de casa com o MDB, saí de lá com unanimidade quase. O MDB é muito ponta firme, sejam os mais governistas ou mais da oposição, sabem da importância do ajuste fiscal para o social, para o impacto na inflação”, disse.
A chefe do Planejamento esteve reunida na 4ª feira (11.dez) com integrantes da bancada do MDB na Câmara na tentativa de destravar o pacote fiscal.
DESAFIO
Para a ministra, o mais desafiador de ter uma aprovação é o projeto de lei que especifica as mudanças no cadastro do BPC (Benefício de Prestação Continuada) e do Bolsa Família.
“Não é a PEC que é mais difícil, que precisa de um quórum mais qualificado. É aquele que não precisa de quórum qualificado, que é o PL. Mas por que ele é mais difícil? Porque ele fala de salário mínimo e do BPC. E o PLP, que são só gatilhos, eu acredito que esse vai ser o mais fácil de ser aprovado”, declarou.
A chefe do Planejamento disse que “tem que dar mais clareza” às mudanças que envolvem o BPC.
Na 4ª feira (11.dez), o ministro Fernando Haddad (Fazenda) também disse ser possível fazer ajustes no texto. Ele falou sobre o tema ao responder sobre possíveis ajustes na proposta por causa de resistências de congressistas, em especial do PT, a mudanças no BPC (Benefício de Prestação Continuada).
“As coisas estão andando bem. As pessoas estão compreendendo melhor as necessidades de ajustar redação para evitar judicialização, evitar que o programa não atenda aos seus objetivos. Então está indo bem a conversa com os parlamentares. Estamos tirando dúvidas. Se precisar melhorar a redação, vai ser melhorada a redação”, declarou.