O presidente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Marcio Pochmann, apresentou na manhã desta 4ª feira (29.jan.2025) o plano de trabalho da entidade para 2025. Citou iniciativas de modernização tecnológica, ampliação da integração de bases de dados governamentais e avanços no uso de inteligência artificial nas pesquisas. O anúncio foi realizado em um momento turbulento para Pochmann. Sua gestão é chamada de “autoritária” por parte dos funcionários.
Pochmann foi questionado a respeito do pedido do senador Rogério Marinho (PL-RN) enviado ao TCU (Tribunal de Contas da União) para afastá-lo do comando do IBGE. Respondeu o seguinte: “Vivemos num regime democrático, o papel do parlamento deve ser sempre respeitado junto ao governo, não há problema algum, recepcionamos as críticas, os apoios, como sendo natural de um país democrático”.
“Há resistências que são, ao meu modo de ver, normal numa gestão democrática. Só numa gestão democrática que é possível haver manifestações. E nós estamos colhendo as informações, subsídios, a questão da fundação mesmo, foi criada uma comissão com participação dos servidores para poder, se for o caso, mudar o nome, se for mudar o estatuto, não há nada que nos impeça nesse sentido”, disse.
A “fundação” citada é o IBGE+, fundação de direito privado vinculada ao instituto criada em 2024 sem passar por deliberação do conselho. É chamada por funcionários de “IBGE paralelo”. Pochmann afirmou que o órgão precisa de recursos e por “decidiu-se” criar a fundação –suspensa nesta 4ª feira (29.jan) pelo governo.
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A declaração parece indicar uma mudança de posicionamento. Escolha pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o cargo, Pochmann havia dito em 15 de janeiro de 2025 que era alvo de “mentiras” de funcionários, ex-funcionários e sindicatos.
Em 23 de janeiro de 2025, a Assibge, sindicato nacional dos trabalhadores do IBGE, disse ter recebido uma intimação extrajudicial para que retirasse de seu nome a sigla do instituto. Declarou que a medida era de autoria de Pochmann e que se tratava de uma retaliação.
OPOSITORES NÃO COMPARECERAM
A reunião foi realizada na sede regional do Serpro, em Brasília. Representante da Assibge, Luiz Fernando Viegas declarou ao Poder360 que “não era de interesse do sindicato” participar da apresentação e que o local adequado para manifestações seria as ruas –houve um ato no Rio nesta 4ª feira (29.jan).
Funcionários do IBGE fazem ato no Rio (10min28s):