Lula promete integração regional com países da América do Sul

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta 4ª feira (28.fev.2024) a integração física entre os países da América do Sul como forma de desenvolver a região economicamente. Disse que uma das prioridades do seu 3º mandato é estabelecer a rota do Escudo Guianense, com ligações entre a Guiana, o Suriname, a Venezuela e o Brasil.

“Queremos, literalmente, pavimentar nosso caminho até o Caribe. Abriremos corredores capazes de suprir as demandas de abastecimento e fortalecer a segurança alimentar da região. […] O Brasil pode oferecer gêneros alimentícios a preços competitivos. Mas também pode contribuir para ampliar a produtividade agrícola local”, disse Lula em discurso na sessão especial de chefes de Governo da Caricom (Comunidade do Caribe), realizada em Georgetown, na Guiana.

Lula se reunirá ainda nesta 4ª feira com os presidentes da Guiana, Irfaan Ali, e do Suriname, Chan Santokhi, para discutir as possíveis ações de integração. Os seguintes ministros acompanham também participam do encontro:

O objetivo do governo brasileiro é reduzir custos logísticos e aumentar a competitividade, criando, por exemplo, corredores bioceânicos que permitam uma economia no tempo do frete para países da Ásia por meio de portos do Pacífico.

Em dezembro de 2023, Tebet anunciou US$ 10 bilhões (cerca de R$ 50 bilhões) em apoio financeiro e técnico para projetos estratégicos, em especial de infraestrutura, para aprimorar as rotas de integração na região.

A iniciativa, chamada de “Rotas para a Integração”, envolve o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe), o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), o Fonplata (Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata) e o Ministério do Planejamento e Orçamento.

Dentro do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) já estão listadas 124 obras federais para integração. Segundo Tebet, pouco mais de uma dezena delas são as mais essenciais para a abertura e desenvolvimento das 5 rotas traçadas. Os empreendimentos já estão previstos no Orçamento.

Durante seu discurso, Lula anunciou que o Brasil fará um aporte ao fundo concessional do Banco de Desenvolvimento do Caribe, mas não mencionou valores. “Países caribenhos sofrem com altos níveis de endividamento e têm condições menos favoráveis de renegociação por terem ascendido à condição de países de renda média”, disse.

O presidente também reforçou sua bandeira de reforma dos organismos multilaterais, especialmente os financeiros, como o FMI (Fundo Monetário Internacional). Lula citou a crise humanitária no Haiti e disse que a comunidade internacional não deu ouvidos ao Brasil quando o país alertou sobre a necessidade de apoio ao desenvolvimento e fortalecimento institucional para estabilizar a situação no país.

“A arquitetura financeira internacional não dispõe de ferramentas adequadas para responder às demandas de desenvolvimento sustentável e enfrentamento à mudança do clima. No Haiti, precisamos agir com rapidez para aliviar o sofrimento de uma população dilacerada pela tragédia. Hoje o Haiti se vê novamente imerso em uma espiral de insegurança e instabilidade”, disse.

O presidente viajou na manhã desta 4ª feira (28.fev.2024) para Georgetown para participar da cúpula da Caricom. Na 6ª feira (1º.mar.2024), viaja para São Vicente e Granadinas, onde participa da conferência da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos). É lá onde Lula deve abordar o conflito da Guiana com a Venezuela e se reunir com o presidente Nicolás Maduro.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.