O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta 5ª feira (6.fev.2025) que seu governo está “trabalhando, conversando com empresários e utilizando a competência” de ministérios para reduzir o preço dos alimentos. Segundo ele, o Brasil deve “produzir mais” e “melhorar a qualidade” do que é produzido.
“Toda vez que a inflação cresce, o trabalhador que vive de salário paga um preço alto. E por que eu estou preocupado? Porque, à medida em que a gente aumenta o salário mínimo acima da inflação, aumenta a massa salarial e nós precisamos compensar com o preço dos alimentos”, declarou em entrevista às rádios baianas Metrópole e Sociedade, por videoconferência.
A taxa do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) do Brasil foi de 4,83% em 2024, acima da meta de 3% e do teto de 4,5%. Impactou principalmente os mais pobres. Os preços dos alimentos subiram e pressionaram a taxa, especialmente as carnes.
Em ata do Copom (Comitê de Política Monetária), o BC (Banco Central) disse na 3ª feira (4.fev) que a proteína animal deve seguir pressionando a inflação brasileira.
“Nós abrimos 303 novos mercados para os produtos brasileiros e quase todos os produtos de alimento. Significa que o Brasil virou verdadeiramente o celeiro do mundo”, disse Lula.
“Significa que nós precisamos produzir mais e melhorar a qualidade para que a gente possa baratear o preço”, afirmou.
Assista à entrevista de Lula (44min50):
O presidente declarou que não pode tomar atitudes como congelar os preços ou “colocar fiscal” para verificar se comerciantes estão estocando os produtos.
Em entrevista ao Poder360 na 3ª feira (4.fev), o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura, Paulo Teixeira, avaliou que o preço dos alimentos deve cair com a baixa do dólar. Segundo o ministro, a redução deve acontecer “a curto prazo”, mas evitou falar em data.
O dólar comercial fechou a 4ª feira (5.fev) aos R$ 5,79 depois de uma sequência de 12 pregões seguidos de queda. A cotação subiu 0,40%. A última alta da moeda norte-americana havia sido em 16 de janeiro de 2025, quando avançou para R$ 6,05.
Lula citou a alta do dólar nesta 5ª feira (6.fev). Disse que foi influenciada, entre outras coisas, pelas “loucuras que estavam sendo feitas nos Estados Unidos” durante a campanha eleitoral e a eleição de Donald Trump (Partido Republicano).
“As loucuras que estavam sendo feitas nos Estados Unidos, os discursos, as campanhas, e aquelas coisas malucas, contribuíram muito para o dólar crescer. Ou seja, agora as coisas começam a se ajustar. Acho que o dólar está se ajustando, acho que os produtos vão ficar mais [baratos] aqui. Nós queremos que o povo produza mais e com mais qualidade, por isso estamos tendo política de incentivo para o agronegócio, para a pequena e média propriedade brasileira. Eu estou convencido que a gente vai resolver esse problema logo, logo”, declarou.
Em entrevista ao Poder360 na 3ª feira (4.fev), Paulo Teixeira já havia falado do plano do governo federal de injetar crédito em médios produtores para baixar os preços dos alimentos, sobretudo, presentes na cesta básica.
Segundo o ministro, a disponibilidade de recursos e subsídios deve ser mensurada o quanto antes, visando o lançamento do novo Plano Safra em junho deste ano. “Isso tem de ser equacionado. É um debate que tem de ser feito agora, juntamente com um acompanhamento de preços”, afirmou.
Ao ser perguntado se a injeção de crédito no médio produtor terá um impacto significativo no consumidor na hora de ir ao mercado e checar os preços, o ministro disse que sim. “Na medida em que o dinheiro, uma parte dele vai para a intermediação financeira, se não for você ficar na mão dos supermercados, sejam eles grandes, médios ou pequenos, isso vai repercutir no preço”, declarou Teixeira.