O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta sexta-feira (7) que a alta no preço dos alimentos não será resolvida com “paliativos”, mas, sim, com o governo federal demonstrando mais responsabilidade com as despesas e corte de gastos.
Hugo deu essa declaração a jornalistas, após ser questionado o que pensava sobre a declaração do presidente Luiz Inacio Lula da Silva (PT), de que a população deveria evitar alimentos caros para diminuir a inflação.
“Não vai ser paliativo que vai resolver o problema de reduzir o preço dos alimentos. Não vai ser enfrentando dessa forma”, afirmou Hugo Motta. Para o deputado, medidas tomadas de forma superficial não trazem uma constância e estabilidade a longo prazo.
“O governo tendo mais responsabilidade para discutir corte de gastos, discutir despesa, é que vai, na minha avaliação, resolver esse problema e tantos outros que podem estar atingindo diretamente as pessoas que mais precisam”, disse.
Segundo o presidente da Câmara, a alta no preço dos alimentos tem uma relação direta com a política internacional e com a alta do dólar. “E para que isso seja resolvido, passa por uma política de enfrentamento da questão fiscal do país”, argumentou.
Hugo disse ainda que o Congresso Nacional está preocupado com o valor dos alimentos e reconhece que “a maioria da população está sofrendo muito”.
“Isso requer, de nós, responsabilidade e uma discussão, na minha avaliação, de pontos mais estruturais para que as soluções sejam encontradas”, declarou.
Sugestão de evitar alimentos caros
Em entrevista a rádios da Bahia na última quinta-feira (6), Lula sugeriu que a população deixasse de comprar alimentos que estão caros para que a inflação diminua.
“Se todo mundo tivesse a consciência e não comprar aquilo que está caro, quem está vendendo vai ter que baixar para vender, senão vai estragar. Isso é da sabedoria do ser humano”, afirmou o presidente.
Essa declaração se tornou munição para a oposição criticar o presidente nas redes sociais. De acordo com dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abrava), a cesta básica de alimentos ficou 14,22% mais cara no ano de 2024.
Na mesma entrevista em que sugeriu evitar produtos caros, Lula disse que tem mantido conversas com empresários e ministros para encontrar uma solução para a alta nos preços.
“Isso não é programa de governo. É quase uma profissão de fé. Comida barata na mesa do trabalhador é uma coisa que nós estamos perseguindo”, disse o presidente.
Em declaração a jornalistas nesta manhã, Hugo Motta reconheceu o empenho de Lula. “O presidente tem demonstrado e feito um esforço muito grande – nas falas que tem feito e também de integrantes do seu governo – de que está muito preocupado com essa situação dos alimentos”, disse.
*Sob supervisão de Ronald Johnston
Este conteúdo foi originalmente publicado em Hugo: alta nos alimentos será resolvida com responsabilidade nas despesas no site CNN Brasil.