Petrobras demite 20 funcionários ligados a Jean Paul Prates

A presidente interina da Petrobras, Clarice Coppetti, demitiu 20 funcionários de confiança do ex-presidente Jean Paul Prates, dispensado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na 3ª feira (14.mai.2024).

O procedimento é considerado padrão dentro da estatal e faz parte do processo de reestruturação dos quadros da empresa durante a transição para um novo comando.

Ao Poder360, a petroleira informou que os profissionais que tiveram seus contratos rescindidos eram assessores e consultores de Prates.

“Conforme procedimento padrão da companhia, foram destituídos profissionais cujos contratos de trabalho estavam diretamente vinculados ao mandato do ex-presidente Jean Paul Prates”, informou a companhia.

Além da saída dos assessores e consultores de confiança do ex-presidente, também já deixaram a empresa o diretor financeiro, Sergio Caetano Leite, e o gerente-executivo de Relações Institucionais, João Paulo Madruga. São esperadas outras mudanças na diretoria da petroleira.

Os cargos de confiança e na direção da estatal serão preenchidos por indicações da futura presidente da Petrobras, Magda Chambriard. A executiva deve assumir o comando da estatal em até duas semanas.

A demissão de Prates

Chamado oficialmente pela Petrobras de “pedido de demissão negociado”, Prates foi demitido por Lula na noite de 3ª feira (14.mai). Foi o ponto final de uma longa fritura que o ex-senador vinha sofrendo no cargo. A permanência dele era vista como insustentável.

A decisão de demitir Prates já estava sacramentada por Lula há mais de 1 mês, segundo apurou o Poder360. Mas o petista esperou os holofotes da mídia saírem da Petrobras e os ânimos arrefecerem entre Prates e integrantes do governo para fazer o anúncio. Não queria que se tornasse uma crise interna.

Nos bastidores do governo, a leitura é que Prates cavou sua própria cova. Sua gestão já era vista com ressalvas por Lula por motivos como a demora em investimentos estratégicos para o governo, como em fertilizantes e em refinarias. Tudo piorou depois de 2 episódios:

  • dividendos – Prates foi contra a orientação inicial do governo de reter 100% dos dividendos extraordinários de 2023. O então CEO se absteve, enquanto os demais conselheiros governistas cumpriram a ordem. Foi chamado de “traidor” por alas da Esplanada;
  • pressão a Lula – quando Prates fez chegar a mídia por intermédio dos seus interlocutores uma espécie de ultimato a Lula para que atuasse em seu favor na fritura interna que sofria no governo. O gesto foi lido no meio político como um amadorismo do ex-senador.

Esses episódios foram a gota d’água para Lula perder a confiança no presidente da Petrobras. O Planalto esperou para encontrar um novo nome de confiança, que tivesse aceitação de setores do governo e alguma experiência no mercado de óleo e gás. Achou Magda Chambriard. E assim a demissão de Jean Paul Prates foi selada, ao tempo de Lula.

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