Greve na UFSC: Reitor defende reposição salarial para técnicos e docentes após reunião com Lula

Após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na manhã da última segunda-feira (10), o reitor da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Irineu Manoel de Souza, defendeu a reposição salarial de servidores e docentes. A greve na UFSC entra no terceiro mês.

Greve na UFSC

R$ 5,5 bi destinados às universidades federais não têm plano de distribuição detalhado; greve na UFSC entra no terceiro mês – Foto: UFSC/Reprodução/ND

Reitor defende reposição salarial

Após a reunião com o presidente e reitores de universidades federais, na qual foram anunciados o PAC da Educação e uma recomposição das verbas de custeio das IFES, o reitor defendeu a reposição salarial para técnicos administrativos e docentes.

Irineu alegou que a situação dos técnicos administrativos “são as mais prejudicadas pelo Poder Executivo”. O reitor defende que é necessário haver a reestruturação das carreiras e também a reposição salarial para que as universidades possam voltar à normalidade.

Estudantes em greve na UFSC se reuniram para discutir suspensão do calendário acadêmico na quinta-feira (6) – Foto: Reprodução/ND

Em um vídeo publicado nas redes sociais da UFSC, Irineu afirma que há uma defasagem no salário de técnicos administrativos e de docentes e reivindica ao Governo Federal reajustes salariais.

“Nós gostaríamos que o governo se sensibilizasse com essa situação e fizesse essa recomposição salarial dos técnicos e dos docentes para que as universidades voltassem à normalidade”, pediu Irineu Souza.

Ele afirma que foi anunciado pelo governo um orçamento de custeio para a universidade no valor de R$ 279 milhões e um Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no valor de R$ 3 bilhões para os próximos três anos.

Assembleia decidiu pela continuidade da greve na UFSC; nova reunião ocorrerá no dia 17

Em uma assembleia realizada pela comunidade acadêmica, na última segunda-feira (10), foi votada e aprovada a continuidade da greve na UFSC. Segundo a professora Adriana D’Agostini, integrante do comando local de greve na UFSC, uma nova assembleia está agendada para o dia 17/06.

Auditório Garapuvu, no Centro de Cultura e Eventos, estava lotado para a sessão – Foto: Salvador Gomes/Agecom/UFSC

O encontro discutiu sobre a distribuição de R$ 5,5 bilhões de reais destinados à Educação Federal. Segundo a representante, há preocupação, pois o governo apenas apresentou “um esboço em Power Point”, sem uma proposta detalhada, deixando dúvidas sobre a distribuição dos recursos.

“Nós não temos um detalhamento de como vai ser essa distribuição desses R$ 5,5 bilhões. Não seria o suficiente para toda manutenção que as universidades precisam, mas já seria uma recomposição do orçamento”, afirma Adriana.

Greve na UFSC: verba destinada à universidade ainda não tem plano de distribuição

O Ministério da Educação anunciou um plano de recomposição orçamentária de R$ 5,5 bilhões, destinados a obras nas universidades federais. Contudo, a comunidade acadêmica aguarda com expectativa a divulgação de como esses recursos serão distribuídos.

O Ministro da Educação, Camilo Santana, revelou que 58 obras estão previstas para a região Sul do Brasil, representando um investimento de R$ 322 milhões. Os recursos do PAC estão alocados da seguinte forma:

R$ 3,17 bilhões para a consolidação das Universidades Federais; R$ 600 milhões para a expansão das universidades;  R$ 1,75 bilhão destinados aos hospitais universitários.

Lula diz que “não há razão” para paralisações no país

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou sobre as paralisações nas Universidades Federais. Ele criticou a duração e afirmou que as greves precisam ter um tempo definido para começar e terminar.

Lula criticou duração da greve na UFSC e em outras federais – Vídeo: X/Reprodução/ND

“A greve tem tempo de começar e terminar, mas não pode terminar por inanição, se não as pessoas ficam desmoralizadas. O dirigente sindical tem que ter coragem de propor, negociar e tomar decisões, que não é o tudo ou nada”, afirmou o presidente.

Durante o encontro, onde anunciou um investimento de R$ 5,5 bilhões para universidades e institutos federais, Lula enfatizou que não há razão para a greve na UFSC e em outras instituições federais continuarem por questões de reajuste salarial de 3% ou 4%.

“Nesse caso da educação, se analisarem o conjunto da obra, vão perceber que não há razão da greve estar durando o que está durando, quem perde não é o reitor, mas o Brasil e os estudantes”, disse o petista.

O investimento anunciado pelo presidente Lula, durante pronunciamento, destina R$ 3,7 bilhões para consolidação, R$ 1,75 bilhões para hospitais universitários e R$ 600 milhões para expansão.

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