Os posts do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em seus perfis nas redes sociais tiveram, em média, 47.793 interações, segundo dados coletados de 1º de janeiro a 10 de fevereiro de 2025. O petista ocupa a 5ª posição no ranking de engajamento dos possíveis presidenciáveis para 2026.
Os dados são de um levantamento realizado pela Bites, empresa de análise de dados, a pedido do Poder360. Foram consideradas publicações feitas no Instagram, Facebook e X.
O engajamento do petista é quase 6 vezes menor que o da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (271.181). Além da ex-primeira-dama, que lidera a lista, Lula também fica atrás do cantor Gusttavo Lima (106.541), que já manifestou interesse em disputar o Planalto em 2026, do ex-presidente Jair Bolsonaro (84.215) e do ex-coach Pablo Marçal (49.729).
O petista tentou revitalizar suas redes ao trazer o marqueteiro Sidônio Palmeira para o comando da Secom (Secretaria de Comunicação Social), com a missão de recuperar sua popularidade. Mesmo depois dele assumir o cargo, em 14 de janeiro, há um abismo digital entre Lula e seus adversários.
MUDANÇA DE ESTRATÉGIA
No período analisado, Lula fez 289 posts, muitos já sob a coordenação de Sidônio. Desde então, tem tentado adotar um tom mais descontraído nas publicações.
Um exemplo claro é um vídeo da entrega de casas do programa Minha Casa, Minha Vida, publicado em 23 de janeiro, que adota a linguagem “POV”, popular na internet.
O termo significa “point of view” (ponto de vista, em português). A expressão é usada por internautas, especialmente pelo público jovem, para mostrar a perspectiva de alguém sobre algo. No vídeo, apresenta-se o ponto de vista das pessoas beneficiadas pelo programa.
AUMENTO DE INTERAÇÕES
Em comparação com o ano passado, as mudanças trouxeram um retorno positivo. O petista saltou de uma média de 29.589 interações no acumulado de 2024 para 47.793 no início deste ano.
No ano passado, Lula também ficou na 5ª posição. Estava atrás de Bolsonaro (73.915) e Marçal (70.907). Também ficou atrás de Tarcísio de Freitas (33.335), apontado –embora negue– como um possível candidato da direita em 2026.
Esquerda não engaja
Lula não é o único governista com desempenho fraco nas redes. Todos os nomes testados nas pesquisas de intenção de voto como possíveis substitutos do presidente nas eleições de 2026 atraem pouca atenção dos internautas.
Quando avaliados os dados deste ano, o engajamento médio somado dos perfis de Fernando Haddad (PT), Gleisi Hoffmann (PT), Camilo Santana (PT), Simone Tebet (MDB), Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e Helder Barbalho (MDB) é de 49.886 interações por post, número inferior ao de Bolsonaro sozinho.
Os dados refletem as pesquisas eleitorais: Lula não conseguiu construir um sucessor e sua popularidade está em queda. Por outro lado, a direita, mesmo com Bolsonaro inelegível, mantém nomes competitivos.
O levantamento da Paraná Pesquisas, divulgado na 3ª feira (18.fev.2025), indica que, caso estivesse elegível, Bolsonaro venceria Lula em um eventual segundo turno, se as eleições fossem hoje. Em um cenário apenas com os 2 candidatos, Bolsonaro aparece com 45,1% das intenções de voto, enquanto Lula soma 40,2%.
Também aparece tecnicamente empatado com Michelle e com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
