O dólar terminou esta 4ª feira (5.mar.2025) em forte queda. Cotado a R$ 5,76 por volta, tinha retração de 2,71% no fim do pregão. O resultado é influenciado pelos desdobramentos do “tarifaço” iniciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano).
O movimento foi lido como o início de uma guerra comercial. Apesar disso, o governo norte-americano sinalizou que pode fazer novos acordos com México e Canadá para aliviar a incidência das alíquotas. Ou seja, criou-se uma percepção de que o conflito não será tão forte assim –ao menos por ora.
As negociações do dólar no Brasil ficaram paradas durante o feriado do Carnaval. Começaram mais tarde nesta 4ª feira (5.mar), às 13h.
A moeda norte-americana havia fechado em alta no pregão anterior, de 28 de fevereiro. Na data, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou a presidente do Partido dos Trabalhadores, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), como ministra das Relações Institucionais. Ela será responsável pela articulação com o Congresso Nacional.
“TARIFAÇO” DE TRUMP
O governo dos EUA aplicou tarifas de 25% sobre produtos do Canadá e do México e elevou de 10% para 20% as taxas sobre importações da China.
Os países afetados já anunciaram medidas de retaliação:
- Canadá – o primeiro-ministro Justin Trudeau (Liberal, centro-esquerda) impôs tarifas recíprocas de 25%;
- México – a presidente Claudia Sheinbaum (Morena, esquerda) disse que irá apresentar as medidas no domingo (9.mar);
- China – anunciou tarifas de 10% a 15% sobre produtos agrícolas e alimentícios norte-americanos.
Todas essas decisões têm potencial de afetar a dinâmica comercial global, com os fluxos de importações e exportações afetados em várias nações.
Os outros mercados já haviam sentido o peso das mudanças. As principais Bolsas de Valores internacionais fecharam em baixa na 3ª feira (4.mar).
O Brasil ainda não foi afetado por uma medida voltada unicamente para o país. Como mostrou o Poder360, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) monitora a situação. Entretanto, ainda não há um plano definido para uma eventual tarifa específica para o país.
As Relações Exteriores brasileiras também avaliam qual seria a magnitude de uma possível medida criada por Trump. Quaisquer que sejam os rumos, haverá impacto nos principais indicadores de mercado.
Trump defende a taxação de outros países desde a sua campanha eleitoral, em 2024. Usa o argumento central de falta de segurança nas fronteiras e menciona o fluxo da droga fentanil em solo norte-americano.
As medidas até aqui trazem atritos com os 3 maiores parceiros comerciais dos EUA. Também têm potencial de impactar os preços para os consumidores norte-americanos, o que afetaria os índices de inflação do país.
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