Os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Alexandre Silveira (Minas e Energia) defenderam nesta 2ª feira (11.mar.2024) que os investidores da Petrobras estão cientes que a empresa é controlada pelo governo.
“Todos os investidores […] sabem, quando compram ações da Petrobras, que o governo é controlador. O governo tem a maioria do conselho”, declarou Silveira a jornalistas na sede do Ministério da Fazenda.
Sobre a possibilidade de voltar atrás na decisão de não revisar a distribuição de dividendos (pagamento extra que as empresas fazem aos seus investidores), o chefe de Minas e Energia afirmou que “o conselho pode reavaliar a possibilidade de dividir em partes, a totalidade, em um momento oportuno”. Questionado por jornalistas, ele disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está ciente dessa possibilidade.
Haddad falou que é função do Conselho de Administração da Petrobras decidir “quando e como” distribuir o dinheiro aos acionistas.
O anúncio da distribuição de dividendos referentes ao exercício de 2023 era a informação mais aguardada pelo mercado no balanço financeiro da Petrobras divulgado na 5ª feira (7.mar). O conselho administrativo da companhia decidiu não distribuir os extraordinários (os referentes ao lucro) mesmo registrando o 2º maior lucro da história da companhia.
Haddad disse que a tributação com o repasse não é necessariamente um ponto de preocupação do Ministério da Fazenda. “Se eles vierem a ser distribuídos, melhoram nossas condições. Mas nós não dependemos disso para performar”, declarou.
Silveira e Haddad estiveram reunidos no fim da tarde com Lula e com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. Segundo Haddad e Silveira, o tema da conversa foi a transição energética.
Sobre o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, ambos os ministros disseram que a demissão do colega nunca foi cogitada.
O presidente da Petrobras não será substituído. Ele defendia a tese de pagar parte dos dividendos extraordinários, mas não tudo. Foi vencido, mas não votou como o governo (se absteve). Haddad levantou a possibilidade de revisão em outras reuniões.