“Coisa nenhuma”, diz Costa sobre ter ficado “regozijado” com saída de Prates

O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, negou ter ficado “regozijado” com a demissão de Jean Paul Prates da presidência da Petrobras. Ele concedeu entrevista à GloboNews na noite de 4ª feira (15.mai.2024). 

Depois de ser comunicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) da sua demissão, Prates enviou uma mensagem a aliados e funcionários da estatal pelo WhatsApp. Em um dos trechos da mensagem, a qual o Poder360 teve acesso, ele afirmou que a sua “missão foi precocemente abreviada na presença regozijada” de Costa e do ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia). “Coisa nenhuma”, declarou Costa ao ser perguntado sobre o assunto pela jornalista Miriam Leitão. 

Costa declarou que Prates “conseguiu números muito robustos na sua gestão na Petrobras”. O ministro declarou: “Nunca é demais repetir, a Petrobras, no ano passado, conseguiu o maior lucro da sua história”. 

Ele disse que Prates foi responsável por, em 2023, “reverter uma curva” descendente vivida pela Petrobras. “A empresa estava caminhando para o seu fim”, afirmou, acrescentando que a estatal atua em um setor que “só sobrevive” se “investir muito”. Ele citou investimentos em pesquisa, atualização tecnológica e na diversificação das atividades. 

Questionado sobre o motivo pelo qual Prates foi demitido se ele estava realizando um bom trabalho, o ministro respondeu que existem “desafios”. Ele disse: “Quem indicou o Jean, que é o presidente da República, entendeu que era hora de acelerar em alguns aspectos, como, por exemplo, a área dos investimentos da Petrobras”. 

DEMISSÃO DE PRATES ESTAVA ACERTADA

Chamado oficialmente pela Petrobras de “pedido de demissão negociado”, Prates foi demitido por Lula na noite de 3ª feira (14.mai) em reunião no Planalto. Esse foi o ponto final de uma longa fritura que o ex-senador vinha sofrendo no cargo. A permanência dele era vista como insustentável.

A decisão de demitir Prates estava sacramentada por Lula há mais de 1 mês, segundo apurou o Poder360. Mas o presidente esperou os holofotes da mídia saírem da Petrobras e os ânimos arrefecerem entre Prates e integrantes do governo para fazer o anúncio.

Nos bastidores do governo, a leitura é que Prates cavou sua própria cova. Sua gestão já era vista com ressalvas por Lula por motivos como a demora em investimentos estratégicos para o governo, como em fertilizantes e em refinarias. Tudo piorou depois de 2 episódios:

  • dividendos – Prates foi contra a orientação inicial do governo de reter 100% dos dividendos extraordinários de 2023. O então CEO se absteve, enquanto os demais conselheiros governistas cumpriram a ordem de Lula. Foi chamado de traidor por alas da Esplanada;
  • pressão a Lula – quando Prates fez chegar a mídia por intermédio dos seus interlocutores uma espécie de ultimato a Lula para que atuasse em seu favor na fritura interna que sofria no governo. O gesto foi lido como um amadorismo do ex-senador.

Esses episódios foram a gota d’água para Lula perder a confiança no então presidente da Petrobras. O Planalto esperou para encontrar um novo nome de confiança, que tivesse aceitação de setores do governo e alguma experiência no mercado de óleo e gás. Achou Magda Chambriard.


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