Centrais sindicais fazem ato crítico ao BC antes de anúncio da Selic

A CUT (Central Única dos Trabalhadores) e outras centrais sindicais realizaram nesta 3ª feira (18.jun.2024) uma manifestação em frente à sede do BC (Banco Central) na avenida Paulista, em São Paulo (SP). Criticaram o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, e a desaceleração nos cortes na taxa básica de juros, a Selic.

As entidade alegam que a política de juros determinada pelo BC “boicota” a economia do Brasil. O ato se deu na véspera da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). No último anúncio, a entidade monetária diminuiu a Selic em 0,25 p.p.(ponto percentual) –depois de meses de sucessivos cortes de 0,5 p.p. O próximo anúncio será na 4ª feira (19.jun).

“O BC alega que a Selic precisa ser alta para conter a inflação, mas esta segue sob controle e existem outros métodos para conter a inflação que não é esse, que causa prejuízos para todo o país”, disse Juvandia Moreira, vice-presidente nacional da CUT.

Além da CUT, participaram do ato: Força Sindical, UGT (União Geral dos Trabalhadores), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores), Intersindical e Pública Central do Servidor. Dirigentes das entidades sindicais também se reuniram em Brasília.

Veja fotos da manifestação:

LULA CRITICA BC E CAMPOS NETO

Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também criticou a desaceleração no corte dos juros. O chefe do Executivo direcionou críticas a Campos Neto.

“Só temos uma coisa desajustada neste país: é o comportamento do Banco Central. Essa é uma coisa desajustada. Um presidente que não demonstra nenhuma capacidade de autonomia, que tem lado político, e que, na minha opinião, trabalha muito mais para prejudicar do que para ajudar o país. Não tem explicação a taxa de juros estar como está”, declarou o petista em entrevista à Rádio CBN.

Na entrevista, Lula disse não haver necessidade de a Selic ser mantida no atual patamar e defendeu novos cortes. “Temos uma situação que não necessita essa taxa de juros. Taxa proibitiva no investimento no setor produto. Como você vai convencer um empresário de fazer investimento se ele tem que pagar uma taxa de juro absurda? Então, é preciso baixar a taxa de juro compatível com a inflação. A inflação está totalmente controlada”, declarou.

Lula também questionou a ida de Campos Neto a um jantar oferecido em sua homenagem pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) na última semana. Estiveram presentes integrantes do mercado financeiro e ex-autoridades do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Eu duvido que esse Roberto Campos tenha mais autonomia do que eu tinha com o [Henrique] Meirelles. O que é importante saber é a que esse rapaz está submetido. Como é que ele vai a uma festa em São Paulo quase assumindo a candidatura a um cargo do governo? Cadê a autonomia dele?”, disse.

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