Marinha exclui vídeo com crítica ao corte de gastos dos militares

A Marinha excluiu das suas redes sociais o vídeo em que questionava os “privilégios” dos militares. O material havia sido publicado em 1º de dezembro e era parte das homenagens ao Dia do Marinheiro, celebrado em 13 de dezembro, mas foi interpretado como crítica à inclusão dos militares no pacote de corte de gastos do governo.

O vídeo mescla imagens de marinheiros e fuzileiros trabalhando em situações extremas com civis se divertindo em momentos de lazer e reuniões de família. 

A ideia é mostrar que a carreira militar conta com privações que não podem ser comparadas aos profissionais civis.

Assista (1min38s):

 

À época, o Poder360 procurou Marinha para perguntar se gostaria de se manifestar a respeito das interpretações do vídeo. A Força respondeu que não “visa dirigir eventual crítica ao conjunto de medidas relacionadas ao ajuste fiscal”, mas “destacar e reconhecer o constante sacrifício de marinheiros e fuzileiros navais”.

Leia a íntegra da resposta:

“O Centro de Comunicação Social da Marinha informa que a peça publicitária não visa dirigir eventual crítica ao conjunto de medidas relacionadas ao ajuste fiscal atualmente em discussão.

“Sua intenção é destacar e reconhecer o constante sacrifício de marinheiros e fuzileiros navais, que trabalham incansavelmente para a Defesa da Pátria e o desenvolvimento nacional, atividades essenciais para que a sociedade em geral possa desfrutar de vida mais próspera e segura.

“A peça tem, ainda, o objetivo de inspirar e atrair jovens genuinamente vocacionados para a carreira naval, chamando atenção para a realidade da vida na Marinha, marcada por desafios e dedicação integral ao serviço.”

Repercussão negativa

O vídeo não foi bem-visto por integrantes do governo. A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT), disse que o conteúdo era um “grave erro” da Marinha.

“Ninguém duvida que o serviço militar exige esforço e sacrifícios pessoais, especialmente da tropa que se arrisca nos treinamentos e faz o serviço pesado. Isso não faz dos militares cidadãos mais merecedores de respeito do que a população civil, que trabalha duro, não vive na farra”, declarou a deputada em sua conta no X (ex-Twitter) na época.

Internautas também criticaram a peça e disseram que dava a entender que a Marinha considera os civis “vagabundos privilegiados” ou “turistas”.

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