Um levantamento realizado pelo Instituto Locomotiva, e divulgado na última terça-feira (21), mostra que os eleitores nos Estados Unidos, do presidente Donald Trump e de Kamala Harris – adversária do republicano no pleito -, estão, em média, muito mais polarizados do que os eleitores brasileiros que se dividem entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A pesquisa ouviu 1.185 entrevistados, sendo 405 eleitores de Lula e 439 de Bolsonaro. A metodologia foi a de replicar, no Brasil, os oito temas abordados por uma pesquisa dos Estados Unidos, realizada pela Pew Research. Os pesquisadores da instituição ouviram 4.527 eleitores ao todo.
Dentre os temas abordados, estão: identidade de gênero; posse de armas; família e casamento; religião e política; imigração; população negra; mulheres e sociedade; e justiça criminal.
A distância média entre o posicionamento dos eleitores de Lula e Bolsonaro é de 19 pontos percentuais. Já nos Estados Unidos, esse número sobe para 45 pontos percentuais entre os eleitores de Trump e de Kamala.
Veja como fica o cenário de polarização, nos dois países, dentro de cada um desses temas:
Distância entre os eleitores: Lula x Bolsonaro e Trump x Kamala
Identidade e gênero:
Você concorda que alguém pode ser um homem ou uma mulher, mesmo se isso for diferente do sexo que lhe foi atribuído no nascimento?
- No Brasil: 37 pontos percentuais separam a posição dos eleitores de Lula dos eleitores de Bolsonaro
- Nos Estados Unidos: 53 pontos percentuais separam a posição dos eleitores de Trump dos eleitores da Kamala
Posse de armas:
Você concorda que ter armas não aumenta a segurança, pois pode trazer mais riscos do que proteção para os cidadãos?
- No Brasil: 32 pontos percentuais separam a posição dos eleitores de Lula dos eleitores de Bolsonaro
- Nos Estados Unidos: 71 pontos percentuais separam a posição dos eleitores de Trump dos eleitores da Kamala
Família e casamento:
Você concorda que a sociedade pode prosperar, mesmo sem que o casamento e ter filhos sejam uma prioridade na vida das pessoas?
- No Brasil: 27 pontos percentuais separam a posição dos eleitores de Lula dos eleitores de Bolsonaro
- Nos Estados Unidos: 23 pontos percentuais separam a posição dos eleitores de Trump dos eleitores da Kamala
*Esse é o único tema em que eleitores de Lula e Bolsonaro se afastam mais dos de Kamala e Trump.
Religião e governo:
Você concorda que a religião deveria ser mantida separada das políticas do governo?
- No Brasil: 13 pontos percentuais separam a posição dos eleitores de Lula dos eleitores de Bolsonaro
- Nos Estados Unidos: 42 pontos percentuais separam a posição dos eleitores de Trump dos eleitores da Kamala
Imigração:
Você concorda que a abertura do país à vinda de imigrantes do mundo inteiro é essencial para como nos enxergamos como nação?
- No Brasil: 13 pontos percentuais separam a posição dos eleitores de Lula dos eleitores de Bolsonaro
- Nos Estados Unidos: 54 pontos percentuais separam a posição dos eleitores de Trump dos eleitores da Kamala
População negra:
Você concorda que o histórico da escravidão afeta a posição da população negra no país atual?
- No Brasil: 11 pontos percentuais separam a posição dos eleitores de Lula dos eleitores de Bolsonaro
- Nos Estados Unidos: 56 pontos percentuais separam a posição dos eleitores de Trump dos eleitores da Kamala
Mulheres e sociedade:
Você concorda que os avanços que as mulheres conquistaram na sociedade não ocorreram às custas dos homens?
- No Brasil: 7 pontos percentuais separam a posição dos eleitores de Lula dos eleitores de Bolsonaro
- Nos Estados Unidos: 14 pontos percentuais separam a posição dos eleitores de Trump dos eleitores da Kamala
Justiça criminal:
Você concorda que a justiça criminal no Brasil já é dura o bastante com criminosos?
- No Brasil: 3 pontos percentuais separam a posição dos eleitores de Lula dos eleitores de Bolsonaro
- Nos Estados Unidos: 44 pontos percentuais separam a posição dos eleitores de Trump dos eleitores da Kamala
Este conteúdo foi originalmente publicado em Polarização nos EUA é mais acirrada do que no Brasil, aponta pesquisa no site CNN Brasil.