Michelle e Eduardo estavam envolvidos em plano de golpe, diz Cid

O tenente-coronel Mauro Cid disse em seu 1º depoimento no processo de delação premiada à Polícia Federal, em agosto de 2023, que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tinham envolvimento com a suposta tentativa de golpe de Estado. Segundo ele, a mulher e o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) eram a ala “mais radical” na articulação da ação antidemocrática.

Segundo a íntegra da delação de Cid, obtida pelo jornal Folha de S. Paulo, Michelle e Eduardo teriam incentivado o ex-presidente a tomar medidas extremas após a vitória nas urnas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No entanto, no relatório final da Polícia Federal, concluído em 21 de novembro de 2024, a alegação não é citada, além da ex-primeira-dama não ter o nome citado e o deputado apenas ser mencionando tangencialmente.

Ainda de acordo com Cid, Michelle e Eduardo teriam alegado a Jair que ele tinha o apoio popular e dos CACs (Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores).

Além dos familiares, Cid disse que a “ala radical” era composta também pelo deputado Filipe Martins (PL-TO), o ex-chefe da Secretaria Geral da Presidência Onyx Lorenzoni, o ex-ministro do Turismo Gilson Machado (PL-PE), o general Mario Fernandes, e os senadores Jorge Seif (PL-SC) e Magno Malta (PL-ES). Destes, apenas Martins Fernandes foram formalmente indiciados pela PF.

À época, Michelle e Eduardo teriam negado envolvimento em alguma articulação de golpe. A defesa da ex-primeira-dama disse que as acusações são “absurdas e sem fundamento” e Eduardo classificou delação de Cid como “delírio” e “ficção”.

DELAÇÃO MAURO CID

Segundo o texto, Mauro Cid disse que o ex-presidente se encontrava com 3 grupos distintos depois que perdeu a disputa para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Eram os:

  • “conservadores” – teriam uma “linha bem política”. A intenção desses indivíduos era transformar Bolsonaro em um “grande líder da oposição”. Alguns dos integrantes seriam o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Bruno Bianco, ex-advogado-geral da União;
  • “moderados” – diriam concordar com “as injustiças” do Brasil, mas não eram a favor de uma intervenção radical. “Entendiam que nada poderia ser feito diante do resultado das eleições, qualquer coisa em outro sentido seria um golpe armado”, afirma o texto. Participantes incluiriam o general Júlio Cesar de Arruda, militar e então comandante do Exército, além do general Paulo Sérgio Nogueira, então Ministro da Defesa;
  • “radicais” – parte seria a favor de ir atrás de uma suposta fraude nas urnas. Outra parcela “era a favor de um braço armado”. Estavam inclusos o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, e o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde.

Leia a íntegra do texto aqui

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