Liberação de agrotóxicos bate recorde em 2024

O Brasil bateu recorde na liberação de agrotóxicos e defensivos biológicos em 2024. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), foram aprovados 663 produtos, representando um aumento de 19% em relação a 2023, quando 555 aprovações foram registradas.

Desde o início do levantamento, em 2000, esse é o maior número já registrado pelo Ministério.

O aumento na liberação coincide com a entrada em vigor do novo marco legal de agrotóxicos, sancionado com vetos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em dezembro de 2023.

A nova legislação, entre outros pontos, alterou as regras para aprovação e comercialização de agrotóxicos no país, tornando o processo de liberação mais rápido.

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), dos 663 produtos liberados, 15 foram classificados como altamente tóxicos, enquanto 587 foram considerados de baixa toxicidade.

Os demais foram classificados como moderadamente tóxicos ou não puderam ser classificados.

Nos dois primeiros anos do governo Lula, foram liberados 1.218 agrotóxicos e defensivos biológicos. Em comparação, durante os quatro anos do governo Jair Bolsonaro (2019-2022), o total de produtos liberados foi de 2.182.

Os dados indicam que, em 2023, o número de agrotóxicos e defensivos biológicos liberados apresentou uma queda em relação a 2022, interrompendo uma sequência de sete anos consecutivos de aumento.


Dados do Ministério da Agricultura • Reprodução

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) classificou os agrotóxicos liberados em 2024 conforme o nível de perigo ao meio ambiente. O levantamento apresenta os seguintes números:

  • 12 – Altamente perigoso para o meio ambiente
  • 278 – Muito perigoso para o meio ambiente
  • 255 – Perigoso para o meio ambiente
  • 118 – Pouco perigoso para o meio ambiente

Substituição de agrotóxicos perigosos

Em outubro do ano passado, o governo anunciou que está estudando a substituição de agrotóxicos considerados altamente tóxicos e perigosos à saúde dos brasileiros.

Estão sendo avaliados estímulos, inclusive financeiros, para os produtores que fizerem a substituição por alternativas como bioinsumos, ou seja, produtos biológicos feitos a partir, por exemplo, de microrganismos e enzimas.

Dados da Coordenadação-Geral de Vigilância em Saúde Ambiental, do Ministério da Saúde, apontam que, nos últimos dez anos, 124 mil pessoas foram atendidas com quadro de intoxicação por agrotóxicos.

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Este conteúdo foi originalmente publicado em Liberação de agrotóxicos bate recorde em 2024 no site CNN Brasil.

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