Depois de comandar o Congresso por 2 mandatos consecutivos, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) precisa de um cargo à sua altura para se manter em evidência até o fim do seu mandato em 2027 –e aqui não se trata de um trocadilho com a sua estatura de 1 metro e 94 centímetros.
Aos 48 anos, o senador de Minas Gerais completa 10 na vida pública em 2025. Foi eleito deputado federal em 2014 e assumiu no ano seguinte. É cotado para assumir uma vaga na Esplanada na próxima reforma do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que deve ter início do meio para o fim de fevereiro. Seu nome já foi mencionado para ao menos 4 ministérios (veja mais abaixo).
Será uma maneira de continuar em evidência depois de 4 anos à frente da Casa Alta. No jargão de Brasília, ele teria de “voltar à planície” caso reassumisse o posto de senador. Seria 1 entre 81. E o status de ministro, sobretudo em algum lugar de destaque, auxiliaria no processo de definição do seus próximos passos políticos.
Pacheco afirmou neste sábado (1.fev.2025) que “quem diz que está na política e não tem o sonho de governar o seu próprio Estado, não está falando a verdade”.
Hoje, segundo aliados, há 4 possibilidades sobre a mesa:
- reeleição – seria novamente candidato a senador em 2026;
- governo estadual – disputaria a sucessão de Romeu Zema (Novo) com o apoio do PT;
- vida privada – abandonaria a carreira política para se dedicar ao seu escritório de advocacia;
- STF – já externou a aliados que deseja ser ministro da Suprema Corte. Dependeria tanto da sua reeleição quanto de Lula. A próxima vaga será aberta em abril de 2028, com a aposentadoria de Luiz Fux.
Se continuar na vida pública, o desafio de Pacheco será ampliar seu capital eleitoral. Sua reeleição, caso opte por ela, será renhida.
Pacheco é reservado. Mesmo a aliados, fala pouco sobre suas ambições. Alguns relatam cansaço e desilusão com a vida pública.
De perfil discreto, ficou extremamente incomodado com a recepção que teve na votação para o 1º turno das eleições presidenciais, em 2022. Na fila para votar, foi hostilizado.
Desde então, não votou novamente. No 2º turno de 2022, ficou em Brasília. Nos 1º e 2º turnos de 2024, tampouco foi a Belo Horizonte (MG), seu domicílio eleitoral, para votar.
Em Brasília, auxiliou na costura de bastidores que levou ao embarque do União Brasil na chapa do prefeito reeleito da capital mineira, Fuad Noman (PSD). Assistiu de longe a vitória do aliado.
Nas mesas de aposta em Brasília, o nome de Pacheco é citado como possibilidade para 4 ministérios na Esplanada:
- Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços: substituiria o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB);
- Defesa – sucederia José Múcio Monteiro, que pediu para sair;
- Justiça – entraria no lugar de Ricardo Lewandowski;
- Relações Exteriores – o ministro Mauro Vieira pode deixar o ministério neste ano.
A opção pelo Mdic teria mais sentido no caso de Pacheco optar pela disputa do governo mineiro. O posto poderia ser uma plataforma para se aproximar da classe empresarial ligada à Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais).
A Justiça seria uma maneira de dar mais robustez ao desejo de ser indicado para ministro do STF. Dos últimos 3 indicados, 2 eram ministros da Justiça no ato da indicação: André Mendonça, no governo de Jair Bolsonaro (PL), e Flávio Dino, com Lula.
A dificuldade, nesse caso, é que o atual ministro, Ricardo Lewandowski, já manifestou a intenção de continuar à frente do órgão para implementar o plano nacional de segurança pública.