Haddad nega taxação de “big techs” em represália aos EUA

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou que o governo planeja taxar as big techs norte-americanas caso se concretize a intenção do presidente Donald Trump (Republicano) de impor tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio de todos os países. O chefe de Estado afirmou que o anúncio será feito nesta 2ª feira (10.fev.2025).

Em publicação no X, nesta 2ª feira (10.fev), o titular da Fazenda afirmou que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “tomou a decisão sensata de só se manifestar oportunamente com base em decisões concretas e não em anúncios que podem ser mal interpretados ou revistos”. Disse que vai “aguardar a orientação do presidente”.

A suposta intenção do governo Lula de taxar as gigantes de tecnologia foi informada em reportagem da Folha de S. Paulo. Seria, segundo o texto, uma forma de dar uma resposta em meio à guerra comercial mundial de Trump sem prejudicar a indústria brasileira.

TARIFAS AFETARIAM O BRASIL

Os Estados Unidos são os principais compradores de ferro, aço e alumínio do Brasil. Exportou US$ 6,37 bilhões em produtos de ferro, aço e alumínio em 2024, sendo que US$ 6,10 bilhões foram de ferro e aço e US$ 267 milhões foram de alumínio.

O levantamento foi feito pelo Poder360 com base no Comex Stat, que tem dados oficiais da balança comercial divulgada pelo Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços). Este jornal digital considerou os códigos 72,73 e 76, que são “ferro fundido, ferro e aço”, “obras de ferro fundido, ferro ou aço” e “alumínio e suas obras”.

Em 2020, sob a Presidência de Jair Bolsonaro (PL), Trump impôs taxação de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio. Depois, concedeu cotas de isenção de direitos a vários parceiros comerciais, incluindo o Brasil. Naquele ano, as exportações de ferro, aço e alumínio do Brasil para os EUA somaram US$ 3,03 bilhões, sendo US$ 2,85 bilhões em ferro fundido, ferro ou alumínio e US$ 171 milhões em alumínio.

Em 2018,  Trump também impôs tarifas de 25% sobre o aço e de 10% sobre o alumínio, mas depois concedeu cotas de isenção a vários parceiros comerciais, incluindo Canadá, México e Brasil.

A exportação dos produtos foi de US$ 4,51 bilhões em 2018, com alta de 27,6% em relação a 2017.

Os EUA são o maior destino de ferro e aço do Brasil. Ficam na 2ª posição quando se trata de alumínio. O Brasil exportou US$ 15,6 bilhões em ferro, aço e alumínio em 2024. Do total, 40,8% foram para os Estados Unidos.

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