Após fala sobre 8 de Janeiro, Motta baixa o tom em evento com Lula

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), participou nesta 2ª feira (10.fev.2025) de um evento sobre educação ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em seu discurso, adotou um tom mais moderado e elogiou programas do governo, dias depois de declarar que os ataques do 8 de Janeiro não foram uma tentativa de golpe de Estado.

Lula e Motta participaram da entrega do Prêmio Selo Nacional Compromisso com a Alfabetização, em Brasília. 

O deputado disse que terá compromisso com o projeto de lei do novo PNE (Plano Nacional de Educação), de autoria do Poder Executivo, que está em análise na Câmara. O PNE estabelece metas para a educação até 2024 e substituirá o vigente, criado para o período de 2014 a 2024.

“Muitas vezes, não damos a devida importância à educação, mas ela é fundamental em todo o processo de formação. Hoje, enfrentamos desafios que vão muito além do conhecimento formal. A educação não pode ser tratada apenas como um projeto técnico, mas como um compromisso social”, declarou o deputado.

MOTTA REJEITA GOLPE

Em entrevista à rádio paraibana Arapuan FM, na 6ª feira (7.fev), o presidente da Câmara disse que houve um “desequilíbrio” nas penas aplicadas aos condenados pelos atos extremistas.

“Não pode penalizar uma senhora que passou na frente, não jogou uma pedra e condenar a 17 anos. Há um certo desequilíbrio nisso. Devemos punir quem quebrou, mas não dá para exagerar nas penalidades para quem não cometeu atos de tanta gravidade”, declarou o congressista. 

Internamente, o Palácio do Planalto rechaçou as declarações. No entanto, o governo evitou se manifestar publicamente para manter a narrativa de que a gestão de Motta representará uma pacificação em relação à de seu antecessor, Arthur Lira (PP-AL), que teve atritos com o Planalto.

“O que aconteceu não pode ser admitido que aconteça novamente, inimaginável. Mas querer dizer que foi um golpe? Golpe tem que ter um líder, uma pessoa estimulando, e não teve isso, foram vândalos, baderneiros, que queriam demonstrar sua revolta”, disse Motta.

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