O presidente Lula culpou tributos e empresas pela disparada no preço da gasolina e do diesel nas últimas semanas. O Planalto tenta afastar a responsabilidade sobre o reajuste diante da queda na popularidade de Lula.
O presidente defendeu a venda de combustível sem intermediários para baratear os preços.
“A gente precisa vender para os grandes consumidores direto, se puder comprar direto, para que a gente possa baratear o preço.”, afirmou Lula durante evento em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.
Em fevereiro, a gasolina e o diesel atingiram o maior valor desde 2022, subindo mais do que o reajuste do ICMS. Mesmo assim, Lula atribui parte da culpa da alta nos combustíveis ao imposto.
“É importante informar a população disso, para o povo saber quem xingar na hora que o preço aumenta, para o povo saber quem é o filho da mãe disso.”, apontou o petista.
Isso terá impacto na inflação, especialmente no custo dos alimentos. O preço desses produtos foi apontado como uma das principais razões para o crescimento da rejeição do presidente nas últimas pesquisas.
O governo ainda busca caminhos para estancar a queda na popularidade de Lula. O Planalto quer garantir espaços com a própria base, além de recuperar parte do eleitorado que se mostra decepcionado com os primeiros dois anos de governo.
Aliados defendem que Lula retome as “Caravanas da Cidadania”, com viagens ao interior do país junto de lideranças regionais. Seria uma forma de garantir apoio dos eleitores de baixa renda, além de mais capilaridade eleitoral para o PT.
Buscando o diálogo com o eleitorado de centro, o Planalto avalia dar mais protagonismo ao vice-presidente Geraldo Alckmin e para a ministra do Planejamento, Simone Tebet.
Os planos envolvem Alckmin à frente de negociações comerciais com os Estados Unidos, enquanto Tebet assumiria a dianteira de conversas com a China.
O objetivo é demonstrar que Lula não governa sozinho e que ainda conta com o apoio da frente ampla que o elegeu em 2022, além de sinalizar para 2026, contando com uma possível reedição do bloco.
Conselheiros de Lula também veem na expansão do crédito uma possibilidade de melhorar a avaliação do governo. Lula prometeu anunciar três medidas de ampliação de crédito para a população, e a equipe econômica quer liberar o novo consignado privado em até um mês.
* com informações de Gustavo Uribe, da CNN Brasil
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