O PT (Partido dos Trabalhadores) realiza neste sábado (22.fev.2025) a comemoração do aniversário de 45 anos de fundação da sigla, completados em 10 de fevereiro. A festa popular será no centro do Rio de Janeiro, a partir das 9h30. É esperada a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Neste ano, a festa será aberta ao público, sem a cobrança de ingressos, mas é necessário o cadastro prévio. No site oficial, o partido pede para que os participantes cheguem mais cedo, “para que possam realizar seu credenciamento com maior tranquilidade”. O formato difere da festa realizada em 2024, em que ingressos foram vendidos por até R$ 20.000.
O slogan do evento é “Raízes no povo, olhos no futuro”. Será realizado no Armazém da Utopia, no bairro da Gamboa, região portuária da capital fluminense. Haverá debates sobre o futuro do PT e da sociedade brasileira, apresentações culturais, feira gastronômica, roda de samba e shows de artistas populares.
Como mostrou o Poder360, o partido tem o desafio de renovar seus quadros históricos e de ampliar sua força nas eleições de 2026. Mesmo estando à frente do governo federal, o PT teve um desempenho tímido nas eleições municipais de 2024. Elegeu 252 prefeitos. Desses, só 6 em grandes cidades -aquelas com mais de 200 mil eleitores.
Além disso, a comemoração se dá em 2 momentos desafiadores para a gestão petista: 1) a queda da avaliação do governo de Lula e 2) reforma ministerial.
Pesquisa Datafolha divulgada em 14 de fevereiro confirmou o que a pesquisa PoderData já havia mostrado no final de janeiro de 2025: o presidente Lula está em seu pior momento no 3º mandato à frente do Executivo.
Compare os resultados sobre a avaliação do governo:
- ruim/péssimo – 40% (PoderData) X 41% (Datafolha);
- regular – 33% (PoderData) X 32% (Datafolha);
- ótimo/bom – 24% (PoderData) X 24% (Datafolha);
- não sabem – 3% (PoderData) X 2% (Datafolha).
Reforma ministerial
Com a queda da popularidade, Lula deve dar início a reforma ministerial. Interlocutores do governo dizem que a 1ª troca será no comando do Ministério da Saúde. A saída de Nísia Trindade é dada como certa e deve ser oficializada nos próximos dias.
O cotado para assumir um dos órgãos com maior orçamento da Esplanada é Alexandre Padilha, atual ministro da SRI (Secretaria das Relações Institucionais), que já ocupou a cadeira no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
O PT não quer perder o comando do Ministério da Saúde, que tem um dos maiores orçamentos da Esplanada. Embora Nísia não seja filiada a nenhum partido, todas as secretarias do órgão são comandadas por petistas.
Outra troca que deve acontecer em breve é a ida da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, para a Secretaria Geral da Presidência da República, hoje chefiada por Márcio Macêdo.
Internamente, há um acordo para que o atual líder do Governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), assuma a presidência da sigla até julho, quando serão realizadas novas eleições. Lá, ele e Gleisi apoiariam a candidatura do ex-prefeito de Araraquara (SP) Edinho Silva (PT-SP).