O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou neste domingo (16.mar.2025) que o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, apoia o projeto de lei da anistia ao presos do 8 de janeiro. A sigla do ex-prefeito de São Paulo é uma das mais influentes no Congresso, com 44 deputados, 15 senadores e 3 ministérios no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Atualmente, Kassab é secretário de Relações Institucionais do governo de São Paulo, que é chefiado por um dos principais aliados de Bolsonaro, o governador do Estado Tarcísio de Freitas (Republicanos). A bancada somada do PSD com a do PL entregaria ao projeto da anistia 136 votos no plenário da Câmara dos Deputados.
Assista ao ato (1h35min37s):
Em seu discurso no ato pela libertação dos presos no 8 de janeiro, Bolsonaro disse que mais partidos apoiam a pauta. “Não é só o PL não, tem gente boa em todos os partidos, o Kassab está ao nosso lado para aprovar a anistia em Brasília”, declarou.
Antes da fala de Bolsonaro, o líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ) afirmou que vai protocolar um pedido de urgência para a tramitação do projeto de lei da anistia na Casa Baixa. Esse pedido será apresentado na 5ª feira (20.mar) na reunião semanal do colégio de líderes da Câmara. Sóstenes disse que a quantidade de assinaturas a favor do projeto vai causar “surpresa”.
Bolsonaro declarou que depois da anistia o 8 de janeiro se tornará uma “data para ser esquecida”. Segundo o ex-presidente, apenas uma minoria se lembrará da data para tentar emplacar uma narrativa “mentirosa” sobre uma tentativa de golpe de Estado da direita.
Bolsonaro também provocou a esquerda ao afirmar que o espectro político sempre foi beneficiado pela anistia, mas que agora se diz contrário ao perdão aos presos do 8 de Janeiro. “Por que a esquerda está contra a anistia? Já que eles, ao longo da história, sempre foram beneficiados com ela?”, disse.
Serei “um problema”
O ex-presidente declarou que a investigação contra si sobre a tentativa de golpe é mais uma tentativa de enterrá-lo politicamente, mas que continuará a ser um problema para seus adversários no Planalto e no Judiciário estando “preso ou morto”.
Bolsonaro voltou a desafiar TV Globo para uma entrevista de 30 minutos ao vivo para todo o país. Segundo o ex-presidente, esse seria o cenário perfeito para mostrar que o inquérito liderado pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes é “criminoso” e é mantido em segredo de justiça por sua ilegalidade.
Ato em Copacabana
O ato faz parte de uma mobilização para pressionar o Congresso e o STF pela anulação das penas impostas aos envolvidos nos atos extremistas de 8 de Janeiro de 2023.
É a 1ª manifestação desde que a PGR (Procuradoria Geral da República) denunciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe.
O evento foi organizado e financiado pelo pastor evangélico e aliado de Bolsonaro de longa data, Silas Malafaia. É o 3º com o ex-presidente custeada pelo líder religioso. Ele apadrinhou os atos de 25 de fevereiro e de 7 de setembro de 2024, na avenida Paulista (SP).