O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sugeriu nesta 4ª feira (26.mar.2025) que o sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), facilitou a invasão do Palácio do Planalto pelos extremistas de 8 de janeiro de 2023. A declaração foi dada momentos depois de Bolsonaro virar réu por decisão unânime da 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) nesta 4ª feira (26.mar.2025).
“As coisas aconteceram antes do pessoal que estava no acampamento vir para cá. Tem vídeos de pessoas comuns mostrando um cara sozinho quebrando tudo por aí. O próprio Lula, tem vídeo dele falando ‘temos que saber quem deixou abertas as portas aqui do Palácio’. Foi facilitado”, declarou o ex-presidente.
Assista (2min48s):
Bolsonaro aproveitou para fazer críticas ao atual governo. Disse que a inflação está em alta e que em vez da baixa nos preços da picanha e cerveja, “não tem nem ovo agora”. Em 14 de março, Lula falou em descobrir o “ladrão que passou a mão no direito de comer ovo”.
Uma nota do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da USP, divulgada na 6ª feira (21.mar), mostrou que os preços dos ovos caíram nos últimos dias.
JULGAMENTO
O julgamento de 4ª feira (26.mar) se referiu só ao 1º dos 4 grupos de pessoas denunciadas pela PGR (Procuradoria-Geral da República) por tentativa de golpe de Estado em 2022. Trata-se do núcleo central da organização criminosa, do qual, segundo as investigações, partiam as principais decisões e ações de impacto social.
Estão neste grupo:
- Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente da República;
- Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e deputado federal;
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
- Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional);
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- e Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e candidato a vice-presidente em 2022.
Instalada a ação penal, o Supremo terá de ouvir as testemunhas, alegações da acusação e da defesa e, por fim, definir se os réus são inocentes ou culpados. O processo será repetido para cada grupo denunciado pela PGR, que já tem as datas marcadas para serem analisadas. São elas:
- núcleo de operações – 8 e 9 de abril;
- núcleo de gerência – 29 e 30 de abril; e
- núcleo de desinformação – aguardando Zanin marcar a data.