“Bolsonaro está vivo, representa a direita”, diz líder no Senado

O senador Rogério Marinho (PL) defendeu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como o principal nome da direita para as eleições de 2026, mesmo depois da decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de torná-lo inelegível até 2030. O líder da oposição no Senado criticou a “pressa” para que haja uma definição sobre o candidato para o pleito presidencial.

A narrativa do Judiciário está impregnando as pessoas. Isso é deplorável. Para que velocidade nesse processo? O deadline (prazo limite) é agosto de 2026, época do registro eleitoral. Bolsonaro está vivo, representa a direita e é necessário aguardar o desdobramento do processo. Defendo o nome dele até que ele decida o que quer fazer, até serem esgotadas as possibilidades. A esquerda é árida, não existem outras lideranças, exceto o Lula. Na direita, surgem outros nomes. Mas, quem dirá qual é o nome será Bolsonaro”, disse, em entrevista ao jornal O Globo, publicada nesta 3ª feira (15.abr.2025).

Além da inelegibilidade, Bolsonaro tornou-se réu, junto a outros 7 acusados, por tentativa de golpe de Estado em 2022. Questionado se as viagens do ex-presidente pelo país, chamadas “Rota 22”, estivessem relacionadas ao receio de ser preso, Marinho afirmou que a ronda será feita em todos os anos antes de eleições para “defender o conservadorismo”.

Queremos mostrar quem somos, defender o conservadorismo. Precisamos chegar aos Estados para a massificação das nossas ideias. Sobre Bolsonaro, acho que ninguém mata um sentimento e uma ideia. A maioria da população é conservadora. A decisão política de 2026 passará por ele, seja ele o candidato ou não”, argumentou.

Marinho disse que as viagens de Bolsonaro buscam também aproveitar a queda na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e abordar temas econômicos. “Hoje a população brasileira se vê machucada pela falência econômica do Brasil”, disse.

PROJETO DE ANISTIA

O PL protocolou na 2ª feira (14.abr) pedido de urgência para votar o projeto de lei que concede anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro. O partido conseguiu 264 assinaturas. Para ser protocolado, o requerimento (1.410 de 2025) precisava do apoio da maioria absoluta dos deputados, ou seja, ao menos 257 congressistas. Caso seja aprovado no plenário, o projeto poderá ser votado a qualquer momento, sem precisar passar por comissões. Para Marinho, o caminho para a aprovação do projeto de lei é a negociação.

Nós não temos tamanho no Congresso para uma obstrução eficiente. Eu advogo pela transigência, pela política. (O presidente da Câmara) Hugo Motta já disse que a pauta vai andar quando tiver assinaturas suficientes. Mas, o instrumento da obstrução também é da política, faz parte do jogo. É necessário dar conforto ao Motta, mostrar que o texto pode tramitar”, afirmou.

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