A arrecadação com a tributação de rendimentos anuais acima de R$ 1 bilhão deve passar R$ 197,8 milhões para R$ 341,3 milhões com a reforma do Imposto de Renda, segundo projeções da Receita Federal.
O número representaria uma alta nominal de R$ 143,5 milhões. Em termos percentuais, a expansão é de 72%. Só 3 pagadores de impostos têm essa faixa de renda, segundo a equipe econômica (entenda mais abaixo).
As projeções estão em uma nota técnica elaborada pelo Fisco em 18 de fevereiro de 2025. O Poder360 teve acesso ao documento a partir de um pedido de Lei de Acesso à Informação. Eis a íntegra (PDF – 666 kB).
Leia as projeções para cada faixa de renda:
O impacto fiscal com a reforma do Imposto de Renda é calculado em torno de R$ 26 bilhões. O valor seria usado para compensar as perdas com a isenção para quem recebe até R$ 5.000 ao mês, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer emplacar para 2026, mas que ainda depende de aprovação no Congresso.
Os valores apresentados acima são uma espécie de “modelo padrão” considerado pelo Fisco. Baseiam-se em dados das declarações do Imposto de Renda no ano calendário de 2022 –atrasado em relação às informações mais recentes.
Os impactos específicos para 2026, 2027 e 2028 são apresentados com algumas diferenças residuais, com eventuais fatores específicos e sazonais para cada ano.
A nota técnica chama os números estimados de “impacto potencial”, ou seja, não são uma certeza do governo. O documento não menciona diretamente as possibilidades de evasão fiscal, judicialização e fuga de capitais. Economistas já disseram que esses fatores devem prejudicar a compensação do novo IR.
RAIO-X DAS GRANDES FORTUNAS
O Fisco estima que 141 mil pagadores de impostos serão afetados com a nova regra de tributação dos rendimentos acima de R$ 600 mil.
A maior fatia está na faixa que recebe de R$ 600 mil até R$ 1,2 milhão. São 63.214 cidadãos nessa categoria. Quanto maior a renda, menor o número de pagadores de impostos.
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