O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse nesta 4ª feira (30.abr.2025) ser “plenamente possível” reduzir a jornada de trabalho para um máximo de 40 horas semanais. Segundo ele, o Brasil “está pronto” para essa mudança.
Em entrevista ao programa “Bom dia, Ministro”, do Canal Gov, Marinho declarou ver como mais “simples” aprovar um máximo de 40 horas semanais de trabalho, uma vez que existe “resistência” ao fim da escala 6 X 1. “Eu não vejo resistência do empresariado em reduzir a jornada máxima”, declarou.
O Congresso analisa a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 8/25, que propõe o fim da escala de trabalho 6 X 1. O texto foi protocolado na Câmara dos Deputados em fevereiro deste ano por congressistas da base do governo federal.
O projeto propõe o fim da jornada de 6 dias trabalhados e 1 de folga (6 X 1) e a redução da jornada de trabalho para 4 dias por semana, com 3 de descanso (4 X 3).
De autoria da deputada Erika Hilton (Psol-SP), o texto prevê carga semanal de até 36 horas, mantendo o limite de 8 horas diárias –abaixo das atuais 44 horas previstas na Constituição.
A matéria será analisada pela CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania) antes de seguir para comissão especial e plenário. O líder do governo, José Guimarães (PT-CE), falou em mobilização para garantir a aprovação e defendeu que o tema é suprapartidário e relevante para os trabalhadores.
“Esse é um debate extremamente importante. O governo vê com muita simpatia a necessidade, a possibilidade, de reduzir a jornada máxima do país para 40 horas”, disse. “Eu acho que o país está preparado para isso. Mas o ambiente de debate não é com o governo. O ambiente de debate é com o Congresso Nacional”, declarou.
“É importante a gente ter a visão da previsibilidade, da sustentabilidade da economia para não gerar um transtorno. Mas acredito, sinceramente, que é plenamente possível falar na redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais”, declarou.
Mesmo dizendo considerar mais “simples” a aprovação da jornada máxima de 40 horas, Marinho afirmou que a discussão do fim da escala 6 X 1 é relevante.
“O fim da 6 X 1 é uma discussão importante. Eu digo o seguinte: É o turno mais cruel para os trabalhadores, em especial para as trabalhadoras. Ter 1 dia só de folga na semana acaba sacrificando demais as mães. Portanto, é uma necessidade de debate”, declarou.
Leia mais:
Sindicatos caminham até o Congresso pelo fim da escala 6 X 1