

Diretor-presidente da APS justifica a abertura de capital para portos por sua importância – Foto: Marcos Porto/Prefeitura de Itajaí/ND
Anderson Pomini, diretor-presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), defendeu a abertura de capital para portos como Santos e Itajaí nesta quarta-feira (7) em reunião da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) em que anunciou investimentos de R$ 689 milhões no porto catarinense.
O diretor participou da reunião conjunta do conselho de Infraestrutura e da Câmara de Transporte e Logística da Fiesc de forma virtual por ter agenda em Brasília com o Tribunal de Contas da União (TCU). A abertura de capital para portos permitiria atrair investimentos e a compra de ação pela iniciativa privada.
Durante sua apresentação, o diretor-presidente da APS argumentou que “janelas de entrada”, como os portos, precisam ser pensadas e planejadas nacionalmente ao defender a participação santista nos investimentos do setor.
“O complexo portuário é nacional e o Porto de Santos, pela grandeza que exerce, tem a obrigação de colaborar para o crescimento de outros portos”, disse.
O Porto de Santos é o maior da América Latina e um dos 40 maiores do mundo. No ano passado, movimentou 179,8 milhões de toneladas, alcançando o maior resultado anual da história do complexo portuário.
Abertura de capital para portos
No caso do porto paulista, Pomini informou que já foi solicitado ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) um estudo sobre a possibilidade de abertura de capital para portos.

Diretor-presidente da Autoridades Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini, participou virtualmente de reunião da Fiesc – Foto: Reprodução
“Nós entendemos que o Porto de Santos, assim como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e a Petrobrás, é tão relevante para o país que devera se apresentar com capital aberto”, afirmou. Ele alegou que isso melhoraria a governança e a eficiência. “Uma empresa de capital aberto passa a ser muito mais cobrada”, completou.
Caso itajaiense
O Porto de Itajaí passou por estudos de privatização durante a gestão Bolsonaro, mas o processo não foi concluído. No ano passado, o governo Lula decidiu pela federalização, após 30 anos, e sua incorporação pela Autoridade Portuária de Santos (APS).
A medida enfrentou resistência e a opinião contrária de autoridades e entidades catarinenses, entre elas o governador Jorginho Mello (PL) e o prefeito de Itajaí, Robison Coelho (PL).

Porto de Itajaí é administrado pela Autoridade Portuária de Santos (APS) em parceria com a superintendência local – Foto: Porto de Itajaí
No formato atual, o Porto itajaiense não entraria efetivamente em um processo de abertura de capital para portos, pois é administrado por Santos, mas em parceria com a Superintendência do Porto de Itajaí.
“Quem sabe, em um futuro próximo, se nós caminharmos para a incorporação [definitiva], possamos pensar na abertura de capital da empresa, porto Santos e Itajaí. Aí, sim, efetivamente, a gente classifica essas janelas de conexão com o mundo de forma adequada”. Anderson Pomini lembrou que a definição sobre a incorporação ou não é política.