Em áudio, policial disse poder matar para manter Bolsonaro no poder

A PF (Polícia Federal) encontrou áudios no celular do policial Wladimir Matos Soares em que ele cita a existência de um grupo armado para defender Jair Bolsonaro (PL). O agente disse que esse grupo, do qual ele era parte, poderia prender ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e “matar meio mundo” se fosse preciso.

O agente foi preso em novembro de 2024, na operação Contragolpe junto a “kids pretos”, das Forças Especiais do Exército, por supostamente ter planejado matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), e o ministro Alexandre de Moraes. O plano seria uma tentativa de golpe de Estado para manter Bolsonaro na Presidência.

Soares tinha relação com a segurança de Lula, que era o candidato eleito à época em que o plano teria sido elaborado. Ele supostamente repassou informações confidenciais de um agente que fazia parte da segurança do presidente eleito durante a transição de governo.

A TV Globo teve acesso ao conteúdo das mensagens apreendidas no celular do agente. Os áudios foram capturados de dezembro de 2022 a janeiro de 2023.

Em um deles, o agente explicou que ele fazia parte de uma “equipe de operações especiais” que “estava pronta para defender” Bolsonaro. Seria um grupo armado e com “poder de fogo elevado para empurrar quem viesse à frente”.

Em um dos áudios, ele diz: “A gente ia com muita vontade. A gente ia empurrar meio mundo de gente, pô. Matar meio mundo de gente”.

O policial afirmou que Bolsonaro “deu para trás” ao não autorizar o grupo a prender ministros do STF.

A gente tava preparado para isso, inclusive. Para ir prender o Alexandre de Moraes. Eu ia estar na equipe, ia botar para fuder nesse filho da puta”, disse o policial.

A gente tava pronto, só que aí o presidente [Bolsonaro] Esperávamos só o ok do presidente, uma canetada para a gente agir. Só que o presidente deu para trás”, declarou.

Soares afirmou que Bolsonaro foi “traído” por generais do Exército que disseram que não iriam mais apoiar o ex-presidente. “Na realidade, o PT pagou para eles, comprou esses generais”, declarou.

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