Cotado para ministro, Boulos vai com Lula ao velório de Mujica

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) levou nesta 5ª feira (15.mai.2025) o deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) para o velório do ex-presidente do Uruguai Pepe Mujica, que morreu na 3ª feira (13.mai) aos 89 anos.

O psolista é cotado para assumir a Secretaria Geral da Presidência, comandada atualmente por Márcio Macêdo (PT) –que também foi à capital uruguaia, Montevidéu. Uma das principais funções do órgão é coordenar a relação do governo com movimentos sociais.

Boulos tem um bom trânsito com os movimentos mais relevantes. Conta com a simpatia de Lula, que o apoiou na eleição para a Prefeitura de São Paulo em 2024.

O Poder360 mostrou que o presidente queria realizar a troca na secretaria quando voltasse da China. Ele saiu do país asiático em 14 de maio, 1 dia depois da morte de Mujica. O velório mudou os planos do petista, que foi à cerimônia e deixou de lado os compromissos no Brasil.

Pepe Mujica teve forte ligação com os movimentos sociais. Foi guerrilheiro durante a ditadura no país. Seu governo manteve diálogo aberto com sindicatos, organizações de base e defensores dos direitos humanos.

Os outros nomes que acompanham Lula no velório são:

  • Janja da Silva – primeira-dama;
  • Humberto Costasenador (PT-PE);
  • Jandira Feghali deputada federal (PC do B-RJ);
  • Aloizio Mercadante – presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

BOULOS MINISTRO

A avaliação do Planalto é que a nomeação do paulista fortaleceria o diálogo entre o governo e os movimentos sociais.

Lula busca estreitar a relação com a classe, porque precisa ampliar seu eleitorado para o pleito de 2026 caso decida concorrer à reeleição.

A ida de Boulos para o governo estaria condicionada ao deputado federal apoiar o governo até o fim do mandato. Para isso, não poderia concorrer à reeleição para deputado federal –o petista não quer perder mais ministros.

A indicação de Boulos para o governo federal é mais um capítulo da reforma ministerial, aguardada desde as eleições municipais de 2024. O Partido dos Trabalhadores foi o mais beneficiado.

  • Secom (Secretaria de Comunicação Social) – saiu Paulo Pimenta e entrou Sidônio Palmeira, da cota pessoal do presidente;
  • SRI (Secretaria de Relações Institucionais) – saiu Alexandre Padilha (PT) e entrou Gleisi Hoffmann (PT);
  • Saúde – saiu Nísia Trindade e entrou Padilha;
  • Mulheres – saiu Cida Gonçalves e entrou Márcia Lopes.

Também houve mudança no Ministério das Comunicações: Juscelino Filho (União Brasil) foi substituído por Frederico de Siqueira, indicado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).

Nesse caso, a decisão veio depois de Juscelino ser denunciado pela PGR (Procuradoria Geral da República) por corrupção e desvio de emendas parlamentares.

Outra mudança por caso de escândalo também foi feita. Carlos Lupi pediu demissão da Previdência Social em maio por causa da crise no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Uma investigação da Polícia Federal mostrou que entidades e sindicatos descontaram valores indevidos de benefícios previdenciários. O prejuízo de 2019 a 2024 é estimado em até R$ 6,5 bilhões. Wolney Queiroz assumiu o ministério em seu lugar.

Enquanto isso, o Centrão segue insatisfeito. O grupo reclama que as mudanças ministeriais têm contemplado só o PT, sem contemplar partidos aliados.

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