Móveis do Alvorada que “sumiram” não foram levados pelos Bolsonaros

A Presidência da República localizou os 261 móveis do Palácio da Alvorada que estavam desaparecidos. Os itens foram encontrados em dependências da União e tinham sido alvo de trocas de acusações entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República) informou nesta 4ª feira (20.mar.2024) que a mobília havia sido encontrada ainda em 2023. As peças estavam em “diversas dependências diferentes” da Presidência, incluindo no próprio Alvorada.

No início do 3º mandato de Lula, a primeira-dama, Janja Lula da Silva, convidou a Globonews para mostrar e criticar o estado em que a residência oficial foi deixada pelos ex-moradores do Alvorada. Além de danos estruturais, móveis também estavam danificados.

Lula também participou das críticas ao uso das residências oficiais pela gestão anterior. Em 12 de janeiro, disse que Bolsonaro e sua mulher, Michelle Bolsonaro, deixaram “tudo desarrumado” e que eles “levaram tudo”.

Janja e Lula se mudaram para o Palácio da Alvorada em 6 de fevereiro, mais de 1 mês depois da posse. Antes, estavam morando em um hotel na região central de Brasília.

Em abril de 2023, o governo federal gastou R$ 196.770,00 em 5 móveis e 1 colchão, sem licitação, para acomodar o presidente Lula e a mulher. Deles, o preço mais alto foi pago em um sofá reclinável de R$ 65.140.

Na nota desta 4ª (20.mar), a Secom disse que os itens eram “imprescindíveis” para viabilizar a mudança e recompor o ambiente do Palácio da Alvorada de acordo com o seu projeto arquitetônico. Afirmou ainda que a perda dos móveis foi reportada em 2022, pela gestão de Jair Bolsonaro.

Só no segundo semestre de 2023 o atual governo conclui a busca por todos os móveis que estavam perdidos na gestão Bolsonaro em diversas dependências diferentes da Presidência da República – não só no Alvorada. O governo atual que localizou esse patrimônio perdido”.

A Secretaria comandada pelo Ministro Paulo Pimenta também declarou que a localização das peças não quer dizer que elas estavam em condições de uso. “O patrimônio adquirido não pertence, assim como todo o patrimônio do Alvorada, a um ou outro presidente, mas sim compõem o patrimônio e mobiliário presidencial”.

Eis a íntegra da nota da Secom:

“O relatório que diz que 261 móveis estavam perdidos foi emitido no dia 4 de janeiro, concluindo um trabalho feito durante o governo Bolsonaro e finalizado pela equipe do governo anterior. Foi essa a informação recebida no início desta gestão. Ou seja, quem não sabia onde estavam os móveis era a gestão anterior, parte deles abandonados em depósitos e sem controle.

“Só no segundo semestre de 2023 o atual governo conclui a busca por todos os móveis que estavam perdidos na gestão Bolsonaro em diversas dependências diferentes da Presidência da República – não só no Alvorada. O governo atual que localizou esse patrimônio perdido.

“Os móveis que foram comprados para viabilizar a mudança do presidente ao Palácio do Alvorada foram os imprescindíveis para recompor o ambiente do Palácio de acordo com seu projeto arquitetônico, e não são os mesmos da lista de patrimônio perdido. Foram comprados para recompor o ambiente do Palácio que estava deteriorado, como foi mostrado inclusive por jornalistas.

“Também não quer dizer que os 261 móveis encontrados estavam em condições de uso. O patrimônio adquirido não pertence, assim como todo o patrimônio do Alvorada, a um ou outro presidente, mas sim compõem o patrimônio e mobiliário presidencial.”

Críticas dos Bolsonaros

Em 2023, depois da divulgação das críticas de Janja, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro disse que a acusação de mal-uso das dependências foi uma desculpa para comprar móveis sem licitação. “Você acha que eu vou rebater a Janja porque ela nos acusou de ter roubado móveis do Palácio? Foi tudo pretexto para comprar móveis novos”, disse em entrevista à revista Veja.

Em um 2º momento, sugeriu que fosse aberta uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre os móveis que estavam desaparecidos. Disse que estariam “ou no depósito 5 do Palácio da Alvorada ou no depósito da presidência”.

Já nesta 4ª feira (20.mar), depois da divulgação que os móveis foram encontrados, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse em postagem nas redes sociais que Lula incorreu em falsa comunicação de furto.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.