O ministro da Casa Civil, Rui Costa, negou que haja um “bate-cabeça” entre integrantes do governo em relação a concretude dos anúncios para ações do governo de ajuda ao Rio Grande do Sul. A declaração foi dada em entrevista à GloboNews nesta 3ª feira (14.mai.2024).
“É natural numa equipe coletiva de qualquer governo, seja municipal, estadual, federal, que tenha prefeito, governador e presidente, que tenha que fazer reuniões regulares, ainda mais em um momento de crise como essa, de uma situação de calamidade, para organizar fluxo de informação, fluxo de anúncios”, disse o chefe da Casa Civil.
A fala do ministro se deu depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dar uma bronca em seus ministros na 2ª feira (13.mai) em reunião ministerial de emergência, e pedir para evitarem anunciar publicamente uma ideia sem antes transformá-la em uma política pública, algo que ele já havia pontuado em ocasiões anteriores.
Em junho de 2023, por exemplo, o petista disse em uma reunião ministerial que estava “proibido ter novas ideias”. A ordem, segundo ele, era cumprir tudo o que havia sido prometido. O cenário era outro: Lula estava na Presidência havia apenas 6 meses e não havia catástrofe no Rio Grande do Sul.
“Cada ministro que for falar, ou cada ministra, tentar falar sempre a mesma coisa que está acontecendo, não ficar dizendo quando não está acontecendo ou ficar inventando coisa que ainda não discutiu […] Uma ideia é um instrumento de conversas do governo para que a gente transforme a ideia em uma política real. Não é cada um dá sua ideia e vai falando o que vai fazer, porque isso termina não construindo uma política pública sólida e uma atuação muito homogênea do governo no caso do Rio Grande do Sul”, disse Lula na 2ª feira.
Aos jornalistas da GloboNews, Rui Costa disse que a vontade de resolver não pode ser anunciada antes da concretude das medidas. “Qualquer informação desencontrada ou que não se materialize gera desgaste desnecessário”, declarou.
“Você às vezes anuncia o que você quer fazer, mas não é o que, materialmente, você conseguira fazer. Então, o que ele lembrou, é que o anúncio tem que ser feito a partir de uma realidade concreta da entrega, porque em um ambiente muito sensível, qualquer informação desencontrada ou que não se materialize, gera desgaste desnecessário”, afirmou o ministro.