O Conif (Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica) enviou uma carta aberta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) depois de reunião com representantes de institutos e universidades federais nesta 2ª feira (10.jun). A categoria está de greve há mais de 2 meses.
No documento (íntegra – PDF – 287kB), o conselho afirma que reconhece o esforço que o governo federal tem feito pela educação no Brasil, e fizeram as seguintes reivindicações:
- reestruturação das carreiras de técnico-administrativos e docentes;
- recomposição salarial dos servidores técnicos e docentes;
- revogação ou revisão das normativas que prejudicam a educação federal aprovadas no período compreendido entre 2016 a 2022;
- recomposição do orçamento da Rede Federal de EPCT.
“Isto posto, instamos ao governo federal que avance nas negociações para dar fim à greve, tão danosa aos nossos mais de 1.5 milhão de estudantes, mais de 80.000 servidores, e toda comunidade afetada, para que retomemos a normalidade nas instituições e possamos prosseguir nas agendas de fortalecimento institucional da Rede Federal de Educação Profissional, Cientifica e Tecnológica”, diz a carta.
Ainda no documento, o Conif afirma que o movimento paredista encampado por servidores públicos da educação é justo e legítimo, e que “traz em seu escopo a melhoria da Educação de forma ampla, desde a recomposição orçamentária das instituições, passando pela reestruturação das carreiras até a recomposição das perdas salariais sofridas há, pelo menos, 8 anos”.
O conselho já havia dito ao Poder360 que o governo tem se mostrado disposto a negociar com os funcionários públicos do ensino superior e que o anúncio dos novos investimentos ajuda a melhorar a educação pública, mas cita “os demais pleitos do movimento paredita” como importantes para esse cenário.
ANÚNCIOS PARA AS UNIVERSIDADES E INSTITUTOS
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou R$ 4,02 bilhões para institutos federais. Como já havia R$ 1,5 bilhão previsto no PAC para hospitais universitários, o total do programa para educação vai para R$ 5,5 bilhões.
Os recursos virão do Novo PAC (Programa de aceleração do Crescimento) divididos em 3 áreas:
- consolidação (R$ 3,75 bilhões) – obras na estrutura física das universidades como salas, auditórios e laboratórios;
- expansão (R$ 600 milhões) – serão 10 novos campi divididos pelas 5 regiões do país;
- hospitais universitários (R$ 250 milhões) – com 8 novos hospitais e 37 obras em 31 hospitais que já existem.
Além desses recursos, o ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou um incremento de R$ 400 milhões no Orçamento de custeio das universidades e institutos. A verba poderá ser usada por determinação dos reitores e gestores, sendo R$ 279,2 milhões para as universidades e R$ 120,7 milhões para institutos.
Apesar dos esforços do governo, a reunião deve ter um impacto nulo nas greves professores e técnicos de instituições federais por todo o Brasil.
Este post foi escrito pela estagiária de jornalismo Evellyn Paola sob a supervisão da editora Amanda Garcia.