Dólar volta a ser negociado abaixo de R$ 6 nesta 4ª feira

O dólar comercial registrava queda de 0,74% às 11h10 desta 4ª feira (22.jan.2025), aos R$ 5,99. A última vez que a moeda norte-americana foi negociada abaixo de R$ 6 foi na 5ª feira (16.jan.2025), quando atingiu R$ 5,995 na mínima do dia. No dia, porém, fechou aos R$ 6,05.

O dólar não encerra o dia abaixo de R$ 6,00 desde 11 de dezembro de 2024, há 42 dias. O principal foco dos agentes financeiros é a política de comércio internacional dos Estados Unidos com o novo governo de Donald Trump, que tomou posse na 2ª feira (20.jan.2025).

Trump confirmou tarifas comerciais ao México e Canadá a partir de 1º de fevereiro. Também prometeu aumentar a cobrança sobre produtos chineses. O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau (Partido Liberal, centro-esquerda) disse que o país adotará países “equivalentes” contra os EUA. Já a China fala em defender os “interesses nacionais” contra as taxações.

“Acreditamos que não há vencedores numa guerra comercial ou tarifária”, declarou Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.

Para economistas, o discurso protecionista de Trump com a imposição de tarifas comerciais pode afetar as cadeias globais e as commodities. Ao tentar impactar o crescimento da China, os EUA devem também prejudicar as exportações brasileiras, já que o país asiático é o maior parceiro comercial do Brasil.

A redução de impostos para as empresas dos EUA deve ter impacto inflacionário, o que exigiria uma atuação mais comedida do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano) na política monetária. A queda dos juros no país tende a ser mais lenta.

No radar dos investidores também está a possibilidade de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não concorrer à reeleição em 2026. Agentes financeiros criticam a gestão atual pelo gasto público crescente, o que torna incerto o equilíbrio fiscal, além de críticas aos próprios investidores.

O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse nesta 4ª feira (22.jan.2025) que o governo fará novas medidas fiscais para controlar os gastos “se tiver que fazer” para cumprir a meta de zerar o deficit primário em 2025.

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