Nikolas Ferreira diz que STF causa “desestabilização” do país

O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), 28 anos, afirmou em entrevista ao Poder360 que o “STF é o principal fator político de desestabilização do país”.

Nikolas criticou a atuação dos ministros do Supremo. Disse não confiar em “praticamente nada” do que é decidido pela Corte. “Não existe mais conhecimento jurídico, existe relacionamento jurídico. O STF hoje não é mais uma Corte jurídica. É uma corte política”, declarou.

“Para mim, seria um prazer muito grande poder dar um voto a favor do impeachment do ministro Alexandre de Moraes, até mesmo porque isso nunca aconteceu no Congresso”, declarou.

Nikolas criticou o presidente do STF, Roberto Barroso, pela frase “Nós derrotamos o bolsonarismo, dita em um congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes) em 13 de julho de 2023.

O deputado também criticou Barroso pela frase “Perdeu, mané”, direcionada a uma pessoa que o abordou na rua em Nova York, em 15 de novembro de 2022, questionando se ele permitiria a divulgação do código-fonte das urnas eletrônicas.

Além disso, o congressista fez críticas ao ministro Gilmar Mendes por ter afirmado, em um evento em Paris, em 14 de outubro de 2023, que a vitória do então candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi possível por causa de uma decisão do STF.

Nikolas também criticou as condenações determinadas pelo STF contra pessoas que participaram dos atos extremistas do 8 de Janeiro. Afirmou que defenderá a aprovação da anistia para os condenados.

DESTAQUES

Leia abaixo outros assuntos abordados na entrevista:

  • deportação de brasileiros dos EUA – afirmou ser preciso dar dignidade às pessoas deportadas e que cada país é soberano para decidir sobre o assunto: Eu acredito que toda deportação tem que ter a sua dignidade, tem que ter o seu cuidado. Não é porque a pessoa está sendo deportada que ela pode ser tratada de qualquer forma. Agora, cada país tem a sua política de deportação”. Nikolas disse concordar com o uso de algemas apenas para criminosos, mas não para quem estava apenas vivendo ilegalmente em outro país. “É uma medida desproporcional”. Declarou, porém, não ter tratado do assunto com autoridades norte-americanas enquanto esteve nos Estados Unidos, em janeiro;
  • eleições 2026 – disse que pretende se candidatar ao Senado caso o Congresso aprove uma lei para alterar a idade mínima para o cargo para 30 anos. Atualmente, é exigido que o postulante ao posto tenha 35 anos. Eu acredito que há um clamor das pessoas para um Senado mais atuante, principalmente no que diz respeito às violações que o STF [Supremo Tribunal Federal] tem feito, principalmente no âmbito do ministro Alexandre de Moraes. […] É preciso reforçar o time que está lá para fazer um contrapeso ao STF”, disse;
  • Bolsonaro inelegível – defendeu a candidatura do ex-presidente, mas afirmou que há uma preocupação de que a proibição de que seja candidato perdure até 2026. “Dentre todos os nomes, ele é a pessoa que tem condições de vencer Lula nas eleições de 2026. […] Eu acho que ele é o mais competitivo e eu acredito que ele é o homem mais forte”, declarou. Disse que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), pode substituir Bolsonaro caso ele não possa se candidatar. “Acredito que, enfim, se nada dos planos que a gente quer acontecer, eu acho que o Tarcísio seria o candidato ou a oposição mais forte a Lula”, afirmou;
  • STF – afirmou que o ministro do STF é atualmente quem desestabiliza a democracia brasileira. “Para mim seria um prazer muito grande poder dar um voto a favor do impeachment do ministro Alexandre de Moraes, até mesmo porque isso nunca aconteceu no Congresso”, declarou. Disse não confiar em praticamente nada do que o STF decide: “Para mim, não existe mais conhecimento jurídico, existe relacionamento jurídico. O STF hoje não é mais uma Corte jurídica. É uma Corte política”;
  • anistia ao 8 de Janeiro – declarou que as pessoas que depredaram as sedes dos Três Poderes devem pagar por isso, mas que as penas impostas pela Justiça são desproporcionais. Disse que há pessoas inocentes dentre as que estão presas e que estão sendo julgadas. Afirmou esperar que o novo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), coloque o projeto de lei sobre o tema em votação. “A gente tem que trabalhar em cima disso para poder mostrar para as pessoas que são vidas de pessoas comuns, não são criminosos, não são terroristas. Cometeram erros como todos cometeram e que merecem, sim, ter ou sua pena reduzida ou até mesmo ser anistiado, que é a nossa intenção”;
  • Fundo Eleitoral – disse nunca ter usado recursos públicos em suas campanhas, mas que não condena quem utiliza. Defende o fim do fundo e a retomada das doações privadas;
  • aliança com partidos de centro – afirmou ser preciso trabalhar com a “matéria-prima escolhida pela sociedade”. Disse que os políticos de centro estão sem credibilidade e sem confiança no Congresso por não apoiarem pautas caras à direita. Eu não sou contrário à composição com o centro, até mesmo porque não vou fazer propaganda de um puritanismo político que é impossível atingir”, declarou. Criticou os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), por terem apoiado o PL das fake news;
  • privatizações – afirmou ser a favor da venda de algumas estatais, como os Correios, mas que precisaria avaliar os casos da Petrobras e do Banco do Brasil. Disse ser preciso também avaliar para quem as estatais seriam vendidas para assegurar a soberania do país;
  • isenção do Imposto de Renda – declarou ser a favor da ampliação da isenção para quem recebe até R$ 5.000 e afirmou que o governo precisa enviar rapidamente o projeto sobre o tema ao Congresso;
  • Bolsa Família – afirmou ser a favor da manutenção do programa desde que as pessoas sejam incentivadas a conseguir emprego. Eu acredito que a ideia foi pervertida no seu verdadeiro propósito. A assistência é algo, digamos assim, paliativo, que você deve dar condições para aquela pessoa de conseguir, de fato, ter um trabalho”, disse;
  • aborto – declarou ser contrário a qualquer possibilidade de aborto legal e a favor da PEC que proíbe a interrupção da gravidez em casos permitidos atualmente: estupro, risco à saúde da gestante e anencefalia. Eu não posso desumanizar uma pessoa por conta do tempo de vida dela, disse. Defendeu a adoção para os casos em que a mãe não quer ficar com o filho;
  • pena de morte – afirmou ser contra. Declarou que aprová-la seria conceder excesso de poder ao Estado sobre as pessoas.
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