Não adianta Lula repetir Bolsonaro e falar para “bolha”, diz Motta

O deputado federal Hugo Motta (Republucanos-PB), novo presidente da Câmara, afirmou nesta 6ª feira (7.fev.2025) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não deve repetir “o que Bolsonaro fez” e seguir falando só para uma “bolha”.

“Não podemos, em um país complexo como o Brasil, ficar refém de posicionamentos ideológicos. Quem mais precisa quer resultado. O governo precisa entender isso. Não adianta Lula fazer o que Bolsonaro fez e ficar o tempo todo falando para uma bolha que o faz errar”, disse Motta, em entrevista ao Globo.

O deputado afirma que o governo Lula tem pontos positivos, como o Minha Casa, Minha Vida e o Pé-de-Meia, mas defende que a gestão do petista deve discutir a responsabilidade com as contas públicas. “Do ponto de vista econômico, o governo tem vacilado e deixado de tomar decisões necessárias. Isso tem trazido instabilidade”, afirmou.

Sobre a proposta que anistia os condenados pelos atos extremistas do 8 de Janeiro, Motta afirmou que a pauta cria tensão com o STF e o Executivo por não existir um consenso. “Não faremos uma gestão omissa. Enfrentaremos os temas, mas com responsabilidade e sem tocar fogo no país”, declarou.

O deputado mencionou que conversou com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre o tema e que o ex-chefe do Executivo pediu que “se houver o acordo no colégio de líderes e se houver o ambiente na Casa, você não prejudique a pauta da anistia”. Já em reunião com o PT, os membros da legenda pediram que o tema não andasse na Câmara.

O presidente da Câmara criticou o sigilo de 100 anos do Poder Executivo, afirmando ainda que o Legislativo é o mais transparente entre os Poderes. “A transparência não pode ser relativa. Não podemos ter o Executivo com sigilo de 100 anos. Não vamos admitir que seja exigido apenas para nós, porque denota que estamos abaixo dos demais Poderes. Não estamos. O STF, grande bastião e defensor da democracia, não ficará contra o Judiciário ser mais transparente”, explicou.

O deputado falou ainda sobre temas como a regulação das redes sociais e da inteligência artificial no Brasil. Motta defendeu que a Câmara não está obrigada a legislar sobre o tema das redes sociais e que a Casa pode decidir se é uma prioridade ou não. “É uma decisão política também. Acho até que temos de discutir, mas é um tema complexo na Casa”, explicou.

Sobre a regulação da Inteligência Artificial, Motta afirmou que Rodrigo Pacheco (PSD) pediu, antes de encerrar o mandato como presidente do Senado, que o tema fosse priorizado. “Queremos e vamos avançar nessa discussão. Vamos colocar na ordem do dia, porque é uma pauta mundial. É inegável a força que a Inteligência Artificial tem tido, inclusive mudando de forma significativa a vida das pessoas”, disse.

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