O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, disse na segunda-feira (10) que enfrenta “muita dificuldade” por “falta de recurso” em sua pasta. A declaração foi feita em entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura.
Ao ser questionado sobre uma possível reforma ministerial, Múcio afirmou que cabe somente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avaliar a necessidade de mudanças.
“No meu caso, eu tenho muita dificuldade por falta de recurso, mas a gente vai levando porque temos quase que 80% com o nosso pessoal. A reforma ministerial, o presidente tem falado, são algumas acomodações políticas. Queira ou não, 2026 se avizinha, e o presidente, o seu entorno político, tem cuidado já de fazer a construção dessas pontes com os partidos”, declarou o ministro.
Múcio relembrou sua posição pela previsibilidade econômica no orçamento da Defesa e falou sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada pelo senador oposicionista Carlos Portinho (PL-RJ), que eleva os gastos com a Defesa.
“A gente precisa ter um dinheiro para saber o quanto eu vou ter no ano que vem. Até para fazer a partilha com as três Forças, com os projetos estratégicos. Foi quando nós escrevemos um projeto, onde a previsibilidade daria às Forças 2% do PIB, que o Senado achou muito”, contou Múcio.
“O senador Portinho tinha um projeto dele, já pronto, tratando desse assunto. Eu vim à Presidência da República e disse: ‘É um senador de oposição, mas um homem propositivo, bem intencionado, não faz política só para ganhar eleição e nós no reunimos. E estamos tratando disso, mas tem muita dificuldade”, continuou.
Indagado sobre atrasos na entrega dos caças suecos Gripen, Múcio ressaltou: “Se falta dinheiro para merenda, para hospital, para isso…um Gripen custa US$ 100 milhões. Aí você diz: ‘Por que era para terem 11 e só tem 6?’. Por que faltou dinheiro.”
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