O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, disse que o Podemos é o partido com o qual uma fusão poderia ser “mais equilibrada”. A sigla tucana negocia também com o PSD, Republicanos, MDB e Solidariedade.
“Um partido que tem mais ou menos o nosso tamanho e que tem conversado muito com a gente é o Podemos, porque com eles seria possível uma governança mais homogênea, mais equilibrada em todos os Estados do Brasil”, disse Marconi em entrevista ao Poder360.
Houve aceno no dia da eleição das Mesas Diretoras do Congresso Nacional, quando os senadores Styvenson Valentim, do Rio Grande do Norte, e Oriovisto Guimarães, do Paraná, então no Podemos, se filiaram ao PSDB, em articulação do senador Plínio Valério (PSDB-AM).
Marconi evitou bater o martelo e disse que as conversas com os partidos estão em andamento, mas admitiu a inclinação por um acordo com o partido comandado pela deputada Renata Abreu (Podemos-SP).
O PSDB tem 13 deputados federais e o Podemos, 14. O tamanho das bancadas é determinante para a cláusula de desempenho, que estabelece se os partidos terão direito a fundo eleitoral e tempo de TV nas campanhas. O tucano afirmou que está em busca de um caminho convergente.
“A gente não toma uma decisão no PSDB apenas pela cabeça do presidente. O PSDB é um partido meio parlamentarista, é um partido muito aberto, organicamente forte e participativo”, disse.
Marconi afirmou que a decisão será tomada pelo conjunto do partido. “Não dá para cravar isso assim tão facilmente. Como presidente, eu jamais seria irresponsável a ponto de levar para deliberação do diretório nacional proposta que não consertasse de alguma forma o conjunto das ideias, o conjunto das forças do partido, considerando, claro, o programa ideário, candidatura presidencial e considerando as questões regionais”, declarou.
Assista à íntegra da entrevista gravada em 18 de fevereiro de 2025 (43min04):
CONJUNTURA
Havia uma tendência a fusão com o PSD. Mas o partido de Gilberto Kassab (PSD-SP) começou a dar sinais de que preferia a incorporação, uma possibilidade rechaçada pelos tucanos. Com isso, a conversa esfriou.
O partido também dialoga com o MDB e o presidente nacional da sigla, o deputado federal Baleia Rossi (SP), tem dado declarações favoráveis.
Entre os contras para o acordo está o fato de o partido estar na base do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na entrevista, Marconi declarou que o PSDB não vai convergir com siglas que apoiem o PT em 2026.
Além disso, o tucano pode encarar um impasse eleitoral em Goiás. No Estado, Marconi pode se candidatar para voltar ao cargo de governador, mas seu principal adversário deve ser o atual vice-governador, Daniel Vilela (MDB).
Marconi nega que isso interfira na negociação do PSDB com o MDB. “Essa é uma conversa nacional, não é local. Qualquer que seja a decisão, vai considerar o aspecto nacional. Não vai ser uma questão local, provinciana”, declarou.
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