O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarca neste sábado (22.mar.2025) ao Japão e ao Vietnã com uma comitiva de, ao menos, 17 congressistas, ministros, sindicalistas e outras autoridades. Será recebido com honras de chefe de Estado pelo imperador, Naruhito, e pela imperatriz, Masako, e terá reunião bilateral com o primeiro-ministro, Shigeru Ishiba.
O petista convidou os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e os seus antecessores nos comandos das duas Casas, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Também foram convidados os líderes de partidos aliados. A comitiva acompanhará o presidente também na viagem ao Vietnã, na sequência da visita ao Japão. A volta está marcada para 30 de março.
O gesto é uma tentativa do petista de se reaproximar da cúpula do Congresso na 2ª metade de seu governo e tentar azeitar melhor o caminho para as propostas do Executivo no Legislativo. Na posse da ministra da SRI (Secretaria de Relações Institucionais), Gleisi Hoffmann, em 10 de março, Lula disse que não queria mais ter distância dos congressistas.
“Eu não quero mais ter distância entre vocês, eu não quero mais que ninguém ache que o presidente da República está distante do presidente da Câmara e do presidente do Senado”, disse. Pouco antes, na mesma parte do discurso, o presidente havia feito uma fala machista, quando disse que nomeou uma “mulher bonita” para ser ministra de Relações Institucionais.
Lula também convidou os presidentes das 3 principais centrais sindicais do país:
- Miguel Torres – Força Sindical;
- Ricardo Patah – UGT (União Geral dos Trabalhadores);
- Sérgio Nobre – CUT (Central Única dos Trabalhadores).
Lula repetiu o gesto feito aos sindicalistas quando foi à China, em 2023. Agora, o convite se dá no contexto de uma tentativa de recuperar sua popularidade com propostas que beneficiam os trabalhadores como a ampliação do empréstimo consignado privado, a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5.000 por mês e a liberação de recursos retidos no FGTS.
Além dos políticos que integram a comitiva presidencial, 47 assessores e funcionários do Executivo foram autorizados a viajar para acompanhar o presidente e os ministros. Leia abaixo os nomes e cargos. Clique nas colunas para reordenar por cargo ou ministério e órgão. Para abrir em outra aba, clique aqui.
Abertura de mercados
Um dos objetivos da viagem do petista ao Japão é avançar nas negociações para a abertura do mercado japonês às carnes bovinas brasileiras. Um acordo neste sentido não deve ser anunciado durante a visita, mas espera-se que haja o compromisso de que uma missão sanitária japonesa visite o Brasil em breve.
Cerca de 100 empresários brasileiros e presidentes de associações participarão do Fórum Brasil-Japão, na 4ª feira (26.mar.2025), em Tóquio. Pelo lado do Brasil, o evento é organizado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).
Os empresários Joesley Batista e Wesley Batista, donos da JBS, maior empresa de proteína animal do mundo estarão na viagem. A companhia detém parte dos frigoríficos australianos que já exportam para o Japão.
O CEO da Embraer e outros executivos da empresa também acompanham a comitiva. Em fevereiro, a companhia aérea japonesa ANA (All Nipon Airways) anunciou a intenção de compra de até 20 aviões da fabricante brasileira para rotas domésticas no total de US$ 1,6 bilhão. Inicialmente, a encomenda é de 15 aeronaves E190-E2, com 100 assentos cada. É possível que outras 5 unidades do mesmo modelo sejam posteriormente compradas.
Leia abaixo a lista das empresas que farão parte da comitiva organizada pela CNI. Para abrir em outra aba, clique aqui.
O Japão ocupa a 11ª posição no ranking da corrente comercial (soma das exportações e importações) de nações com o Brasil.
A corrente comercial somou US$ 11,0 bilhões em 2024. Esse valor representa uma queda de 6,3% ante 2023, quando totalizou US$ 11,7 bilhões. Os dados são do Comex Stat, do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, da Indústria, do Comércio e dos Serviços.
O Japão é o 3º maior parceiro comercial do Brasil na Ásia, atrás de China e Índia. Ocupa a 11ª posição no ranking de países que mais compram produtos do Brasil e a 10ª colocação entre os que mais vendem ao país comandado por Lula.