Taxação dos super-ricos: como pensa a bancada de SC sobre a proposta do governo Lula

O governo federal apresentou uma proposta de reforma tributária que estabelece a taxação dos super-ricos como contrapartida para ampliar a isenção do Imposto de Renda. Levantamento do ND Mais aponta que nove deputados catarinenses são contrários à tributação e cinco são a favor. Dois não responderam.

Oito deputados são contra a taxação dos super-ricos e quatro são a favor

Oito parlamentares da bancada de SC são contra a taxação dos super-ricos – Foto: Reprodução/ND

O projeto cria um novo patamar de tributação para contribuintes com renda mensal superior a R$ 50 mil (R$ 600 mil anuais), enquanto libera da declaração quem recebe até R$ 5 mil por mês. A medida busca equilibrar as contas públicas ao transferir parte da carga tributária para o topo da pirâmide econômica.

Estima-se que apenas 100 mil brasileiros – 0,5% dos contribuintes – serão impactados pela nova taxação dos mais ricos. Em contrapartida, cerca de 10 milhões de trabalhadores deixarão de pagar IR, com o governo projetando uma arrecadação adicional de R$ 25,22 bilhões com os contribuintes de alta renda.

Presidente Lula (PT) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentaram proposta ao Congresso – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/ND

Taxação dos super-ricos: quem é contra e quem é a favor em SC?

Pezenti (MDB) informou que vai estudar a matéria antes de se manifestar. Já Fabio Schiochet (União) não respondeu ao pedido de posicionamento.

CONTRA A TAXAÇÃO DOS SUPER-RICOS

Daniela Reinehr (PL)

“Sou contra o aumento da carga tributária. O governo Lula insiste em medidas paliativas, sem um projeto real de crescimento econômico e sem reduzir os gastos públicos. O problema do Brasil não é arrecadação insuficiente, mas a má gestão dos recursos. Antes de aumentar impostos, o governo deveria cortar privilégios, combater desperdícios e incentivar a geração de empregos para fortalecer a economia de forma sustentável”.

Zé trovão (PL)

Sou contra o aumento da taxação sobre os mais ricos como forma de compensação. O problema do Brasil não é a arrecadação, mas sim a má gestão dos recursos públicos. Em vez de criar novos impostos ou onerar ainda mais a classe produtiva, o governo deveria reduzir gastos desnecessários, cortar privilégios e combater a corrupção”.

Gilson Marques (Novo)

Sou contra. Primeiro que taxar os mais ricos já se mostrou uma política equivocada em todos os lugares onde foi implantada. Segundo, ao invés de transferir o ônus de uma camada da população para outra, o governo deveria viabilizar essa isenção através do corte de privilégios da classe política”.

Daniel Freitas (PL)

Sou absolutamente contra aumentar a taxa para qualquer cidadão, seja rico ou pobre. Esta isenção de IR terá um impacto estimado de R$ 27 bilhões no orçamento. Para compensar este valor, eles propõem aumentar o tributo aos brasileiros que ganham mais. Ocorre que em 2024, o país arrecadou mais de R$ 3 trilhões em impostos”.

Júlia Zanatta (PL)

Sou contra qualquer aumento de taxação, seja para ricos ou pobres. Os mais ricos já foram taxados ao longo de toda a construção de sua riqueza. Penalizá-los ainda mais levará à fuga de capitais e à redução de investimentos, resultando em menos empregos e crescimento econômico”.

Ismael dos Santos (PSD)

“Sou contra. Acredito que o aumento de impostos sobre os mais ricos pode prejudicar o ambiente de negócios e a geração de empregos. Devemos buscar formas mais eficazes de equilíbrio fiscal sem penalizar a iniciativa privada”.

Luiz Fernando Vampiro (MDB)

A gente sabe que taxar os mais ricos vai gerar uma migração desse capital para outros países, como muitos países que adotaram esta medida, já viram isso acontecendo. Além de que são eles os principais geradores de economia e de postos de trabalho”.

Caroline de Toni (PL)

Sou contra. Acredito que o aumento de impostos sobre os mais ricos pode prejudicar o ambiente de negócios e a geração de empregos. Devemos buscar formas mais eficazes de equilíbrio fiscal sem penalizar a iniciativa privada”.

Ricardo Guidi (PL)

Eu sou totalmente contra taxar os mais ricos, porque eu entendo que o país não aguenta mais impostos. A gente já vive num dos países com a carga tributária mais alta do mundo, com muito pouco retorno para população. (…) Se a gente ampliar, a taxação, com certeza, o capital vai sair do nosso país, vai diminuir os investimentos aqui, isso é muito ruim a médio e longo prazo”. 


Daniela Reinehr (PL) - Divulgação

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Daniela Reinehr (PL) – Divulgação


Zé Trovão (PL) - Mário Agra/ Câmara dos Deputados/ Reprodução/ ND

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Zé Trovão (PL) – Mário Agra/ Câmara dos Deputados/ Reprodução/ ND


Gilson Marques (Novo) - Câmara dos Deputados/Divulgação/ND

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Gilson Marques (Novo) – Câmara dos Deputados/Divulgação/ND


Julia Zanatta (PL) - Mario Agra/Câmara dos Deputados/ND

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Julia Zanatta (PL) – Mario Agra/Câmara dos Deputados/ND


Ismael dos Santos (PSD) - Kayo Magalhaes/ND

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Ismael dos Santos (PSD) – Kayo Magalhaes/ND


Luiz Fernando Vampiro (MDB) - Rodolfo Espínola/AgênciaAL/ND

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Luiz Fernando Vampiro (MDB) – Rodolfo Espínola/AgênciaAL/ND


Caroline de Toni (PL) - Divulgação/Agência Brasil/ND

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Caroline de Toni (PL) – Divulgação/Agência Brasil/ND


Secretário do Meio Ambiente e Economia Verde, deputado federal Ricardo Guidi, quer agilizar os processos do IMA - Secom

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Secretário do Meio Ambiente e Economia Verde, deputado federal Ricardo Guidi, quer agilizar os processos do IMA – Secom

A FAVOR DA TAXAÇÃO DOS SUPER-RICOS

Cobalchini (MDB)

É natural que aqueles com rendas mais altas (R$ 600 mil por ano) contribuam um pouco mais, garantindo um sistema tributário mais equilibrado. Atualizar a faixa de isenção do IR reconhece a realidade financeira da população e reduz a carga sobre quem mais precisa. A medida daria um alívio para 26 milhões de brasileiros, por isso tem meu apoio”. 

Jorge Goetten (Republicanos)

Sou a favor da taxação dos mais ricos como forma de reduzir desigualdades e tornar o Brasil um país mais justo. É fundamental que o sistema tributário seja mais equilibrado, garantindo que quem tem maior capacidade contributiva participe mais do financiamento das políticas públicas”.

Ana Paula Lima (PT)

É preciso corrigir uma injustiça histórica: enquanto os trabalhadores pagam impostos sobre seus salários, os super ricos – pouco mais de 14 mil pessoas no Brasil – quase sempre não pagam nada. Defendemos que quem ganha muito contribua mais, garantindo um sistema tributário mais justo e equilibrado, onde quem tem menos paga menos e quem tem mais paga mais”.

Pedro Uczai (PT)

Eu sou a favor de taxar não os super-ricos, mas de taxar os super-ricos que hoje não pagam imposto de renda, que não pagam até 10%. Se a grande parte da classe média para até 27,5% por que esses setores não podem dar uma contribuição tributária para o país? Aqueles que pagam 10% não serão tributados, mas aqueles que pagam 5% terá uma contribuição de mais 5, aquele que paga 7, de mais 3%”.

Geovânia de Sá (PSDB)

Defendo o princípio da tributação progressiva, onde quem ganha mais deve contribuir mais. No entanto, é importante que essa medida seja aplicada com equilíbrio, evitando impactos que possam desestimular investimentos ou prejudicar o crescimento econômico”.


Jorge Goetten (PL) - Bruno Spada/Câmara dos Deputados/Reprodução/ND

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Jorge Goetten (PL) – Bruno Spada/Câmara dos Deputados/Reprodução/ND


Pedro Uczai (PT) - Rodolfo Espínola / AgênciaAL/ND

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Pedro Uczai (PT) – Rodolfo Espínola / AgênciaAL/ND


Ana Paula Lima (PT) - Câmara dos Deputados/Reprodução ND

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Ana Paula Lima (PT) – Câmara dos Deputados/Reprodução ND


Geovânia de Sá (PSDB) - Luis Macedo/Câmara/ND

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Geovânia de Sá (PSDB) – Luis Macedo/Câmara/ND

Reforma alivia classe média com taxação dos mais ricos

O plano representa uma mudança estrutural no sistema tributário brasileiro:

  • Quem ganha até R$ 5 mil/mês fica totalmente isento (atualmente o limite é R$ 2.259,20)
  • Rendimentos entre R$ 5 mil e R$ 7 mil terão desconto parcial
  • Apenas 0,13% dos declarantes (141 mil pessoas) passarão a pagar alíquotas efetivas

A taxação dos super-ricos surge como mecanismo para compensar os R$ 27 bilhões anuais que deixarão de ser arrecadados com a isenção ampliada. O governo argumenta que a medida corrige distorções históricas.

Segundo o governo, atualmente muitos contribuintes de altíssima renda pagam proporcionalmente menos impostos que a classe média. A proposta ainda precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional.

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