Deputados da base de apoio ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encaram como uma derrota iminente a tentativa de barrar a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) com senadores e deputados para investigar as fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Os governistas, então, resolveram mudar a estratégia: querem articular para emplacar aliados na comissão e indicar a deputada Tabata Amaral (PSB-SP) como relatora, segundo apurou o Poder360. Ela é filiada ao mesmo partido do vice-presidente Geraldo Alckmin. Foi uma das signatárias do requerimento de criação da CPI.
Este jornal digital apurou que governistas pretendem, durante os trabalhos da comissão, transferir a responsabilidade pelas fraudes para o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), período em que o esquema teria começado.
A criação do colegiado depende agora da autorização do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). O pedido foi protocolado na 2ª feira (12.mai), com o apoio de 36 senadores e 223 deputados —número superior ao mínimo exigido para a abertura da comissão, que é de 27 senadores e 171 deputados.
Alcolumbre quer ter cautela antes de tomar qualquer decisão, já que tem se aproximado de Lula. O senador procura evitar embates que possam comprometer sua articulação com o governo.
O presidente da Casa Alta viajou com Lula para a Rússia e a China, de 6 a 14 de maio. A ausência inviabilizou a leitura necessária para formalizar a criação da CPI mista.
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF), uma das autoras do pedido, afirmou que, se Alcolumbre não instalar a CPMI, congressistas irão recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal).