O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) liberou a limpeza de uma sonda da Petrobras qualificada para atuar em uma eventual exploração de petróleo na costa do Amapá. Isso faz com que parte dos ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já dê como certa a autorização do órgão para a estatal explorar a chamada Margem Equatorial.
Apesar de ser uma etapa de rotina no setor petroleiro quando há previsão de deslocamento de plataformas que apresentam coral-sol, uma espécie invasora que pode trazer prejuízos à fauna marinha, o movimento do Ibama foi visto como um sinal positivo pelos governistas.
A limpeza demora 2 meses para ser concluída. A análise dos aliados de Lula é de que o Ibama não liberaria um processo tão complexo caso não fosse conceder o aval à exploração na região.
Em nota, o órgão ambiental declarou que esse procedimento não traz qualquer “deliberação conclusiva” referente ao processo de obtenção da licença ambiental da petroleira estatal na costa do Amapá. No entanto, uma das etapas para a Petrobras obter a licença é um exercício de vazamento de óleo na região, e a sonda precisa estar presente nessa simulação.
Publicamente, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, segue pressionando o Ibama. Disse, na 2ª feira (17.mar), que não permitir a exploração na Margem Equatorial é um “crime de lesa-pátria”. Ele cobra uma reunião com o presidente da agência, Rodrigo Agostinho, para debater o tema.
Silveira disse que seu ministério já solicitou duas reuniões com Agostinho, mas não teve resposta. O ministro afirmou ter “paciência”, porque tem “certeza” de que o Ibama vai conceder a licença.
No Congresso, quem tem interesse em aprovar a exploração vê tudo perto de ser autorizado. Lula tem feito pressão a favor. A exploração do petróleo reforçará a Petrobras e trará recursos para o país.
Haverá, entretanto, descontentamento de ambientalistas e da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Isso se dará às vésperas da COP30, evento da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre mudanças climáticas, que será realizado em Belém (PA).