O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou por telefone, nesta sexta-feira (11), com a primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, e demonstrou solidariedade na questão da Groenlândia em meio à ameaça do presidente americano Donald Trump de anexar o território dinamarquês.
De acordo com o Palácio do Planalto, a ligação durou cerca de 40 minutos e o presidente brasileiro reforçou o convite para que Frederiksen compareça à COP30, em Belém, no segundo semestre, e à Cúpula Brasil-União Europeia, que ainda não tem data definida.
“Estamos determinados a trabalhar juntos pela finalização do acordo MERCOSUL-União Europeia, sobretudo tendo em vista que o Brasil estará na presidência do MERCOSUL no segundo semestre e a Dinamarca na presidência rotativa do Conselho da União Europeia”, escreveu Lula nas redes sociais.
Os líderes conversaram “sobre o contexto geopolítico atual” e Lula afirmou ter indicado “a disposição do Brasil e da China em contribuir para o fim do conflito na Ucrânia por meio do Grupo de Amigos da Paz”.
“Também expressei o apoio e a solidariedade do Brasil na questão da Groenlândia. Concordamos com a importância da defesa dos princípios do multilateralismo, especialmente no que diz respeito ao livre comércio”, concluiu o petista.
Trump diz que EUA “precisam ter” a Groenlândia
No final de março, Donald Trump afirmou a repórteres na Casa Branca que os Estados Unidos “precisam ter a Groenlândia” por causa da segurança global.
“Precisamos da Groenlândia,” disse o presidente. “Muito importante, para a segurança internacional, temos que ter a Groenlândia. Não é uma questão de, você acha que podemos fazer sem ela. Nós não podemos.”

Trump argumentou que o controle sobre a Groenlândia é uma questão de paz “para todo o mundo”, não apenas para os Estados Unidos.
“Olhe para isso, você tem navios de guerra por todo o lugar passando bem ao longo da Groenlândia. Nós não vamos deixar que isso aconteça”, acrescentou Trump.
O presidente disse que acredita que a Dinamarca e a União Europeia entendem sua visão da importância do território, acrescentando um aviso: “E se eles não fizerem isso, nós vamos ter que explicar para eles.”
Os políticos da Groenlândia têm repetidamente sinalizado que eles são contra a anexação, e a primeira-ministra dinamarquês Mette Frederiksen pediu a Trump para respeitar “as regras fundamentais da soberania.”
Uma pesquisa feita por um jornal em janeiro descobriu que 85% dos groenlandeses não querem se tornar parte dos EUA, com quase metade dizendo que o interesse de Trump era uma ameaça, informou a Reuters.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Lula se solidariza com Dinamarca por Groelândia em meio a ameaça de Trump no site CNN Brasil.